Pessoas com deficiência são vítimas de ataques de ódio nas redes sociais
terça-feira, 08 de fevereiro de 2022, 15h08
'Eu não conheço nenhuma pessoa com deficiência que ocupe as redes sociais que não seja atacada. Nenhuma', lamenta uma das vítimas do preconceito contra pessoas com deficiência, em entrevista ao Fantástico.
Por Fantástico

Pessoas com deficiência são vítimas de ataques de ódio nas redes sociais
"Parece um macaco!”; “Você tem que morrer; você é um monstro."; “Parece um ET.”
Sabe para quem essas frases, carregadas de preconceito, foram ditas? Para uma criança de 3 anos com síndrome de down, para duas jovens que são irmãs e têm uma síndrome rara e para uma mulher que usa cadeira de rodas. Foram mensagens deixadas nas redes sociais dessas pessoas.
Parece mentira, né? Mas isso existe: preconceito contra pessoas com deficiência, tema da reportagem especial do Fantástico deste domingo (6).
A criança com síndrome de Down vítima de ataques nas redes sociais é Pepo, de São Paulo. Nossa equipe conversou com os pais do menino, que, após uma tentativa de diálogo, resolveram expor as mensagens recebidas aos seguidores da página que eles criaram após o nascimento do filho.
“Acho que o maior medo dos pais - independentemente se eles têm filho com deficiência ou não - é o preconceito. Não é possível que alguém ofenda - uma criança ainda - e sem motivo nenhum", lamenta a mãe de Pepo, a empreendedora social Marina Zylberstajn.
A mãe das irmãs Tamyres e Laryssa Marcondes, de 19 e 21 anos, moradoras de Caieiras (SP), nasceram com uma síndrome rara que afeta os ossos do rosto.
“Você vê sua filha sofrendo e você quer entrar na frente, brigar por elas, entendeu?”, relembra a mãe delas, Ana Paula Marcondes.
Assim como as irmãs, Leandrinha Duarte, de 26 anos, moradora de Minas Gerais, também tem uma deficiência; precisa usar cadeira de rodas. Há nove anos, ela criou sua primeira rede social, para falar sobre sexualidade, e diz que convive sempre com ofensas.
“Um corpo torto, aleijado, um corpo trans e um corpo empoderado. Eu não conheço nenhuma pessoa com deficiência que ocupe as redes sociais que não seja atacada. Nenhuma.”
— Leandrinha duarte, pessoa com deficiência
É importante destacar: esse tipo de mensagem é crime e está previsto na Lei Brasileira de Inclusão.
Um levantamento feito pelo Fantástico aponta que só a polícia de 11 estados brasileiros e do DF tem algum tipo de atendimento voltado especificamente às pessoas com deficiência. No entanto, o boletim de ocorrência de discriminação pode ser feito em qualquer distrito.
Fonte: G1