Democracia digital

O artigo "Democracia digital" da Revista E do Sesc São Paulo, que conta com a reflexão dos professores Wilson Gomes e Rosane Borges, aborda o impacto paradoxal das novas tecnologias – como redes sociais e inteligência artificial – na sociedade e nas instituições democráticas.

O texto destaca que, embora o ambiente digital tenha aberto espaço para vozes historicamente marginalizadas, também se tornou um terreno fértil para a disseminação de fake news, polarização ideológica e discursos de ódio.

Os autores argumentam que a chamada "democracia digital" não é um destino inevitável, mas sim uma escolha que exige a decisão de usar os recursos digitais para fortalecer os valores democráticos, uma convicção que tem vacilado em diversos contextos geopolíticos.

Wilson Gomes foca na "sabotagem digital", descrevendo como o ciclo inicial de inovação cívica foi substituído pelo uso coordenado de tecnologias para fins antidemocráticos, como campanhas de desinformação e a profissionalização da política digital por meio de microdirecionamento e bots. Ele ressalta que o digital não é inerentemente bom ou ruim, mas que sua direção ética e política é crucial.

Por sua vez, Rosane Borges relaciona a crise democrática atual com a ascensão de um "liberalismo iliberal" e o conservadorismo reacionário, que se manifestam nas redes sociais através da proliferação de discursos que legitimam o racismo, sexismo e outras formas de discriminação.

FONTE: sescsp.org