Judiciário brasileiro lança campanha inédita de enfrentamento ao feminicídio
sexta-feira, 14 de novembro de 2025, 12h19
Compreender os sinais que antecedem o feminicídio é uma das principais preocupações do Poder Judiciário e de toda a rede que atua no enfrentamento, prevenção e acolhimento às vítimas de violência doméstica e familiar contra a mulher. Como forma de auxiliar nas estratégias de enfrentamento, magistradas e magistrados de todo o Brasil, reunidos no XVII Encontro Anual do Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid), em São Luís (MA), lançaram a campanha nacional Judiciário pelo fim do feminicídio, nesta quinta-feira (13/11).
Elaborada com base na metodologia da pergunta, de Paulo Freire, a campanha propõe questionamentos direcionados às mulheres, de modo a favorecer a identificação de situações de possível risco que possam evoluir para o feminicídio.
De acordo com o presidente do Fórum, juiz Francisco Tojal, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a conscientização é fundamental para o enfrentamento da violência de gênero.
“É inconcebível que, todos os dias, quatro mulheres percam a vida no Brasil pelo simples fato de serem mulheres. A campanha Judiciário pelo fim do feminicídio pretende, por meio da educação e da comunicação, contribuir para as estratégias de combate a esse crime”, destaca.
O magistrado ressalta que a campanha é voltada a toda a sociedade. “A violência contra a mulher é perversamente democrática. Atinge todas as esferas sociais. Mas é nas camadas mais humildes e vulneráveis que encontra suas principais vítimas: mulheres pretas e das periferias”, exemplifica.
Francisco Tojal acrescenta que a iniciativa integra uma ampla estratégia que envolve os Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, além da imprensa e da sociedade civil. “Toda a rede de proteção está unida para acolher as vítimas de violência. O feminicídio é um crime evitável, e precisamos ampliar a conscientização sobre os sinais de alerta. Em cada município deste país haverá uma juíza ou um juiz pronto para ajudar as vítimas. Peçam ajuda, vocês não estão sozinhas!”, conclui o presidente do Fonavid.
Fonte: PORTAL.TJPE