MP espera decisão definitiva e recorrerá de soltura do filho
quinta-feira, 19 de junho de 2008, 00h00
CASO REICAL
Diário de Cuiabá
Adilson Rosa
O Ministério Público Estadual (MPE) vai esperar o julgamento do mérito da ação que colocou em liberdade o agropecuarista Carlos Renato Gonçalves Guimarães, o “Tato”, que confessou ter mandado matar o pai, o empresário do ramo de calcário José Carlos Guimarães, de 67, ocorrido em fevereiro deste ano, para tomar uma decisão. Carlos Renato está preso desde o início de março.
No sábado à tarde, a pedido do advogado Waldir Caldas, o desembargador Antônio Bittar concedeu liminar (decisão provisória) colocando o agropecuarista em liberdade.
Segundo o promotor criminal Mauro Benedito Curvo, que atua no processo que o MPE move contra Carlos Renato, caso o julgamento do mérito mantenha essa decisão, o MPE deverá ingressar com recurso, já que receia que o empresário saia do Estado.
No entendimento do promotor, o crime é considerado “gravíssimo”. “O que ocorreu não foi um crime por impulso, mas um filho que planejou a morte do pai. As provas que temos são suficientes para a condenação dele por homicídio duplamente qualificado”, argumentou.
Além do agropecuarista, o MPE denunciou mais cinco envolvidos, todos presos. Trata-se de Wedson Rodrigues Feitosa, o “Tampa”, de 35, Alex Sandro Alves Moreira, o “Tube”, de 25, responsáveis por localizar os pistoleiros, além de Jonatan Soares de Souza, de 23, que indicou o executor, e Wiliam Morais da Silva, de 18, que atirou no empresário. O sétimo envolvido, Marcos Pacheco Galeano, o “Marquinhos”, de 23, está foragido.
Em seu depoimento, Carlos Renato alegou que era desafeto do pai, porque ele maltrataria a mãe e era esquecido dentro da família. Para a polícia, o motivo seria “ambição” – porque o filho queria ficar com a fortuna do pai, cuja empresa principal, a Reical Indústria e Comércio de Calcário, faturava cerca de R$ 13 milhões anualmente. (AR)
