Promotor quer reforço contra o tráfico
sábado, 05 de abril de 2008, 00h00
Andréia Fontes
A Gazeta
5/4/08
O promotor Marco Machado apresentou um plano de ação institucional que prevê um promotor do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para investigar o tráfico de drogas, um promotor específico para denunciar este crime, campanhas educativas e busca parcerias de outras entidades para a luta contra o tráfico. Além disso ele defende a necessidade de mudança no trabalho da polícia militar, para que consiga fazer as prisões e relacioná-las à rede do tráfico.
"A Polícia Militar está trabalhando muito, mas faz o trabalho de rondas e patrulhamento e acaba, pela quantidade, não conseguindo mostrar a relação daquele acusado com o tráfico".
O promotor enfatiza que ninguém tem coragem de depor contra traficante e quando os policiais prestam depoimentos, como não houve um trabalho anterior, não conseguem passar mais informações do que o flagrante feito. Por isso, destaca que é necessário pensar em provas, em trabalho investigativo. "A cada 30 que você tira, entram 30 novos".
Machado defende também mudanças na penitenciária, como a proibição das famílias levarem dinheiro para os presos e enfatiza que ao se reprimir o tráfico de drogas, três crimes vão reduzir: o tráfico, atacado diretamente, os roubos e furtos, e os homicídios. "Os índices de roubo, furto e homicídio não se reduz sem atacar a droga".
Prestes a sair da 9ª Vara Criminal, Marcos Machado afirma que quer continuar acompanhando as medidas de repressão. "É dramática a situação. Não aceito quando dizem que sempre foi assim e isso não se resolve. Essa pacificidade vai levar Cuiabá a situação muito semelhante, guardando as proporcionalidades, a do Rio de Janeiro. Cuiabá é muito próxima da Bolívia. Sai daqui em um dia e volta no mesmo". (AF)
