Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

MPE combate cartel dos combustíveis em MT; 'máfia'agia no sindicato

quarta-feira, 23 de abril de 2008, 00h00

23/04/2008 - 09h18
Edilson Almeida
Redação 24 Horas News


     Manipulação de preços de combustíveis e adulteração de produtos entregues nos postos para serem vendidos ao consumidor. Assim agia o “cartel dos combustíveis” em Mato Grosso, cujo fim foi decretado nesta quarta-feira, em Cuiabá, por promotores do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público Estadual. Na “Operação Madonna”, oito pessoas já foram presas. Entre elas, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo), Fernando Chaparro; e outros diretores como Nilson Teixeira, ex-gerente das empresas de factoring do criminoso João Arcanjo Ribeiro, condenado por chefiar o crime organizado em Mato Grosso.
     
     Ao todo, foram distribuídos 12 mandados, entre prisões e busca e apreensões em escritórios, postos de gasolina e distribuidoras. Além de Chaparro e Teixeira, foram presos: Daniel Locatelli, Bruno Borges, Valdir Chechet Júnior, Marco Roseano da Silva, Paulo Roberto Costa Passos e Gercio Marcelino Mendonça Jr. A Polícia ainda tenta prender mais uma pessoa. Computadores, notas fiscais e centenas de produtos relacionados ao comércio de combustíveis foram apreendidos na operação do Gaeco.
      
     De acordo com o procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, a “Operação Antídoto” coloca fim a um dos mais longos trabalhos desenvolvidos pelo Gaeco. Ele adiantou que as investigações confirmaram reuniões entre os donos de postos para combinar preço para venda ao consumidor. Em Mato Grosso se pratica um dos preços mais elevados preços de combustíveis do Brasil, superando inclusive estados do Norte, Noroeste do Brasil. Em todas as vezes que ocorreram casos de redução repentina nos preços, os donos de postos foram pressionados pela direção do sindicato. “Era o QG do cartel” – disse Paulo Prado.
     
     O procurador-geral de Justiça informou que a operação vem sendo acompanhado pelo Ministério Público Federal, Ministério da Justiça e pela Polícia Federal.
     
     Além do viés do cartel de combustíveis, a Polícia investiga a questão envolvendo a adulteração de combustíveis. Uma das pistas fundamentais pode ter sido encontrada na terça-feira, quando a Polícia Civil apreendeu quatro carretas, uma delas com placa adulterada e mais 48 lacres de tanque de transporte de combustíveis. No local da operação já funcionou a uma distribuidora de derivados de petróleo no início da BR-364. O local é de propriedade do empresário Giovani Dadalt Crespani, que segundo o motorista Edvards da Silva, o “Mineiro”, de 54 anos, sabia que as carretas estavam ali.
     
     “Com certeza nós chegamos a uma pequena parte de um iceberg que pode nos levar aos grandes sonegadores de impostos sobre combustíveis” - revelou o delegado Roberto Amorim, titular da DRRFV.
     
     A Magika Distribuidora e Importadora de Derivados, sofreu interdição pela Agência Nacional de Petróleo. Na ocasião, a distribuidora estava funcionando sem autorização, em instalações que pertenciam à distribuidora Petroforte Brasileiro, que teve também a sua autorização para funcionar revogada, por não apresentar à documentação necessária ao exercício da atividade de distribuição de combustíveis. Na ocasião, foram encontrados 68.308 litros de óleo diesel, 20.182 litros de álcool combustível e 4.017 litros de álcool anidro.
     
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