GAZETA
Ex-prefeito usou verba para outro fim
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016, 10h19
NATÁLIA ARAÚJO
DA REDAÇÃO
O Ministério Público do Estado (MPE) condenou o ex-prefeito Wanderlei Farias Santos e a ex-secretária municipal de Saúde, Daniela Sallun, de Barra do Garças (509 km a leste), por ato de improbidade administrativa. Os recursos destinados para o combate ao mosquito da dengue foram utilizados para o pagamento de outras despesas. Segundo a ação, o fato teria ocorrido em 2009, ano em que o índice de notificações se expandiu, saindo de 1.140, em 2008, para 3.086.
Um aumento de 170% que deixou a população abalada. Resultando inclusive em vários óbitos, sendo um deles, o de um garoto de nove anos. Consta no documento que na época o município de Barra do Garças recebeu mais de 12 milhões para a implementação de medidas na área da saúde, sendo que, desse valor, mais de 180 mil foram destinados para o controle de doença epidemiológica.
De acordo com o texto do MPE, os réus, em vez de dar às verbas públicas a finalidade para a qual estavam previstas, utilizaram-se de parte dos recursos destinados exclusivamente ao combate e prevenção à dengue para outras finalidades, como pagamento de licença prêmio, aquisição de armário, pagamento de certidão do Conselho Regional de Farmácia (CRF), aquisição de muletas ou material hospitalar.
Pela decisão da primeira instância, Farias e Sallun estão proibidos de contratar com o Poder Público, receber benefícios ou incentivos fiscais creditícios direta ou indiretamente por um prazo de três anos. O ex-prefeito também teve os direitos políticos suspensos pelo mesmo período. A reportagem tentou entrar em contato com os réus, mas as ligações não foram completadas. A assessoria de comunicação da Prefeitura de Barra do Garças informou que não possui os números telefônicos de Farias e Sallun desde que eles saíram do governo. Os réus podem entrar com recurso contra a decisão.