Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

Delatores incluídos em ação

terça-feira, 26 de janeiro de 2016, 09h53

GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO

A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, retificou o despacho em que determinou o desmembramento da ação penal decorrente das operações Metástase e Célula-Mãe. Agora, figuram como réus no mesmo processo que conta com o ex-deputado José Geraldo Riva e seus ex-chefes de gabinete, Geraldo Lauro e Maria Helena Caramelo, todos presos preventivamente, a ex-servidora Marisol Castro Sodré e o contador Hilton Carlos da Costa Campos, ambos na condição de delatores do esquema.

“Registro que assim o faço considerando que em razão de se tratar de processo com réus presos, o presente feito terá tramitação mais célere que o desmembrado, no qual alguns acusados sequer apresentaram resposta à acusação. Desta forma, é prudente que as provas referentes aos colaboradores sejam produzidas nestes autos e posteriormente compartilhadas para os desmembrados e não o contrário”, afirmou a juíza em despacho.

O andamento de ação penal possui prazos distintos entre réus presos e soltos e o desmembramento faz com que não haja o chamado excesso de prazo no que se refere aos três detidos. Os cinco réus deverão ser ouvidos em 24 de fevereiro, após todas as testemunhas de defesa e acusação prestarem depoimento. Todos eles respondem por um suposto esquema criado para desviar recursos públicos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, por meio da chamada verba de suprimento.

Estima-se que, apenas no gabinete de Riva, mais de R$ 1,8 milhão tenham sido recebidos de forma fraudulenta. Marisol tem importante papel no conjunto de provas formado pelo Ministério Público Estadual (MPE), autor da denúncia. Ela teria recebido a ordem de destruir todos os controles relativos à distribuição do dinheiro desviado, que servia para o pagamento de despesas pessoais do ex-parlamentar, como o combustível de sua aeronave particular, honorários advocatícios, entre outros.

Além disso o ex-deputado teria usado parte do montante para o pagamento de um “mensalinho” para políticos e lideranças políticas do interior do Estado.A distribuição de “mimos”, como uísque, pagamento de festas de formatura, jantares e massagistas também faziam parte da lista. No entanto, acabou entregando aos promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) parte desta documentação. Já Campos revelou ter sido procurado por um servidor do gabinete e passado a confeccionar notas fiscais de empresas de fachada, que justificavam as despesas cobradas da Assembleia.

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