GAZETA
Prado: CPI tenta calar MP
terça-feira, 26 de janeiro de 2016, 09h58
SONIA FIORI
DA REDAÇÃO
Procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, mandou novamente recado à Assembleia Legislativa, que investiga através de CPI o pagamento de cartas de crédito a agentes do Minsitério Público, ao asseverar que novas ações investigatórias serão deflagradas no Estado. “Eu vejo isso aí como um exagero. Vejo isso aí como uma tentativa de calar o Ministério Público. Mas quero deixar claro para a população mato-grossense, povo de Mato Grosso,
fiquem tranquilos.
Tem um ex-governador preso, três ex-secretários presos, tem um ex-presidente da Assembleia e mais ações que vocês estão exigindo de nós. E nada, e ninguém vai calar o Ministério Público, nem que isso custe a minha vida. A declaração de Prado foi em resposta a análise do deputado Wilson Santos (PSDB), que nega ser a CPI uma proposição visando intimidar o MP.
Isso porque o órgão tem proposto série de ações que investigam supostas irregularidades na gestão do Parlamento estadual. Frisando ser o foco da CPI um assunto já esclarecido pelo MP, Prado fez questão de lembrar que a instituição está apenas exercendo o seu papel, como órgão cumpridor das atribuições conferidas pela Constituição Federal. “Cada um está cumprindo com suas atribuições.
Vocês pagam os promotores de Justiça e os procuradores para exercerem suas funções. Como também pagam os deputados. Então o promotor e o procurador nada mais estão fazendo que não seja cumprir o seu papel. Vocês cidadãos, através da Constituinte de 1988, exigiram essas atribuições, que foram elencadas ao Ministério Público.
Então vejo como algo extremamente institucional e jamais pessoal”. A CPI da Assembleia Legislativa investiga a emissão de cartas de crédito a promotores e procuradores do MP, entre 2008 e 2009. O assunto virou polêmica depois que o ex-secretário de Estado, Eder Moraes, alvo da Operação Ararath, colocou em dúvida a transparência dos pagamentos.