Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

Nova prisão contra ex-gestores

terça-feira, 02 de fevereiro de 2016, 11h01

GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-secretário Pedro Nadaf tiveram novas prisões preventivas decretadas pela Justiça. Eles teriam, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), utilizado de prestígio político e dos poderes inerentes aos cargos que ocupavam para o sucesso de uma fraude que teria lesado os cofres públicos em R$ 7 milhões, por meio da compra de uma área, em dezembro de 2014, que já havia sido adquirida pelo Estado em 2002. Além disso, o valor pago estava superfaturado.

Agora, os políticos passam a ter contra si dois mandados de prisão preventiva, uma vez que já se encontram detidos, por força da Operação Sodoma, deflagrada em setembro do ano passado. Eles foram notificados das novas prisões enquanto acompanhavam as oitivas das testemunhas deste caso. Silval e Nadaf foram apontados como mentores da fraude pelos promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que deflagrou nesta segunda-feira (1º) a Operação Seven.

Além deles, outras duas pessoas foram presas. Os mandados foram expedidos pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, que classificou Silval como chefe de uma organização criminosa, composta por pessoas que ocupavam o alto escalão, que realizou a prática de vários delitos. “Esta organização criminosa parece estar em pleno funcionamento e ainda oferecer sérios riscos à ordem pública e à instrução processual”, relatou a magistrada no despacho.

Os dois teriam assinado o decreto 2.595/2014, que recategorizou a área, transformando o espaço de parque para estação ecológica. Conforme os promotores, nesses casos a legislação federal não exige a realização de estudos técnicos ou audiências públicas. Logo após o decreto, Nadaf teria encaminhado o processo para o Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), determinando o pagamento pela área, que foi feito no final da gestão de Silval.

O trabalho do Gaeco foi subsidiado por um relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE), que desde o início do ano passado vem realizando uma série de auditorias, identificando um rombo de mais de R$ 1,3 bilhão por irregularidades em contratos do Estado. Os auditores iniciaram a análise do processo em julho do ano passado e, após a constatação de diversas irregularidades, repassou o material ao MPE, que passou a investigar a possível prática de crimes. Na ocaisão em que revelou as irregularidades em vários contratos, que geraram economia real e potencial, o controlador-geral, Ciro Rodolpho Gonçalves, explicou que parte do dinheiro poderia ser recuperado após a atuação de outros órgãos. (Leia mais na 3B).

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