Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

Esterilização não acontece

terça-feira, 22 de março de 2016, 11h08

D ANTIELLE V ENTURINI
DA REDAÇÃO

Os equipamentos utilizados durante as cirurgias e procedimentos feitos pelas equipes do centro cirúrgico do Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSM) não são esterilizados. O apontamento está no relatório feito pela assistência social vinculada à 7ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, que recebeu denúncias a respeito da falta de condições na prestação dos serviços de anestesia na unidade, feitas pelo Conselho Regional de Medicina e da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Mato Grosso (Coopanest).

Como o relatório, o promotor Alexandre Guedes abriu uma investigação e notificou o secretário municipal de Saúde, Ary Soares, estabelecendo 60 dias para que o gestor tome as providências necessárias para a regulação dos serviços. O relatório, feito no início de março desse ano, a pedido do Ministério Público Estadual, aponta que os aparelhos não têm a higiene adequada e que o correto seria esterilizar o aparelho para ser utilizado em outro paciente, o que não ocorre.

“(...) é relatado que simplesmente é lavado com água e sabão e usado em outro paciente, podendo ocorrer se caso o paciente possuir contaminação passar para outro, pois, por mais que lava, não esteriliza”, diz trecho do relatório.Consta ainda que os aparelhos de anestesia não funcionam bem, pois não recebem a manutenção adequada.

Além disso, os aparelhos de anestesia que deveriam ter em cada sala de centro cirúrgico, embora conste em todas as salas, se encontram incompletos sem as devidas funções. Os profissionais relataram que não têm nenhuma manta térmica e que quando necessário é feito “gambiarra”. “Relataram que no ano passado, em uma cirurgia da neurologia com uma criança, foi feita a compra individual e entregue no setor, no entanto, hoje o setor não possui a manta e caso chegar um paciente e precisar fazem ‘gambiarra’”, diz trecho do relatório.

Na vistoria foi identificado ainda que os pacientes que se encontravam em recuperação anestésica estavam no corredor, entre o posto do centro cirúrgico e a sala de recuperação pós-anestésica, a equipe do centro cirúrgico justificou que isso acontece porque não há estrutura na sala de recuperação pósnestésica, além da falta de recursos humanos para manter os pacientes dentro da sala.

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