GAZETA
Pacientes recorrem ao MPE para ter remédio
segunda-feira, 27 de junho de 2016, 11h47
NATÁLIA ARAÚJO
DA REDAÇÃO
Portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) reclamam que há mais um ano não conseguem retirar o medicamento na Farmácia de Alto Custo porque a portaria que permitia a entrega foi revogada. Agora, eles procuraram o Ministério Público Estadual (MPE) para pedir uma solução para o problema.
Elcio Alves de Andrade, presidente da Associação dos Portadores de DPOC, explica que desde janeiro do ano passado já não conseguiu mais retirar a medicação. Desde então, tem arcado com as despesas do tratamento da doença descoberta há aproximadamente oito anos. Elcio sofre com enfisema e 23 nódulos benignos no pulmão. “A atendente me informou que aquela poderia ser a última retirada.
Realmente foi”, lembra. A mulher e o filho também são portadores de DPOC. O presidente conta que os pacientes não receberam nenhuma notificação acerca da suspensão e ao questionarem a Secretaria de Estado de Saúde (SES) foram informados que realmente não haveria mais a distribuição dos remédios. A justificativa apresentada foi uma “economia”.
“A conta não fecha, uma vez que é mais barato comprar os remédios do que arcar com a internação”, aponta Elcio. Quando a pessoa faz o uso contínuo da medicação, é possível ter uma vida normal, uma vez que os remédios auxiliam o trabalho. Porém, ao interromper o tratamento, inicia-se uma debilitação do corpo. Chega-se a um ponto em que é preciso internar o paciente para que ele tenha acesso a uma estrutura com oxigênio para manter a respiração.
Elcio faz a comparação: uma caixa de remédio para DPOC é comprada a R$ 180 e dura 30 dias, já as despesas com a internação do paciente é por volta de R$ 440. “Eu compro uma caixa só, agora, o Estado que compraria muito mais, certamente pagaria um preço muito menor”. DPOC São doenças crônicas tanto das vias aéreas superiores como das inferiores.
A asma, a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica são as mais comuns. Segundo o Ministério da Saúde, essas doenças estão aumentando em prevalência, particularmente, entre as crianças e os idosos, e afetam a qualidade de vida dos portadores. Tabagismo, poluição ambiental, alérgenos, podem ser citados como fatores de risco para as doenças. Além disso, pneumonia, bronquiolite e tuberculose, por causarem cicatrizes nas vias aéreas, também podem ser consideradas fatores de risco. Dentre os sintomas estão a tosse, expectoração e dor torácica.