GAZETA
MP reluta contra corte por inviabilizar ações
sexta-feira, 08 de julho de 2016, 08h50
GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO
O governador Pedro Taques (PSDB) participou da apresentação dos dados fiscais do Executivo ao Colégio de Procuradores da Justiça. Além disso, ele voltou a falar sobre a possibilidade de redução de 15% do duodécimo pago aos poderes constituídos, uma das medidas previstas no “Pacto por Mato Grosso”. No entanto, o procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, adiantou a Taques que um corte deste tamanho no orçamento do Ministério Público Estadual (MPE) inviabilizaria por completo o funcionamento do órgão no ano que vem.
“Viemos aqui para sermos ouvidos e ouvirmos. Esse é o momento mais grave da crise em nosso Estado. Só passaremos por ela se nos unirmos em prol do reequilíbrio. Mato Grosso não é só o Executivo, ele é uma união de todos os Poderes. O Pacto por Mato Grosso vem no sentido de beneficiar a todos esses agentes públicos, tendo como foco a população”, afirmou o governador.
Já Prado ressaltou que embora compreenda a situação delicada pela qual passa o país e Mato Grosso, uma redução tão drástica no repasse ao MPE, como defende o Executivo, teria consequências graves. “Entendemos que Mato Grosso vive uma situação difícil, mas não podemos inviabilizar o MP. Não há como absorvermos um corte deste tamanho.
Somos parceiros do governo e nossa atuação é importante. Veja que apenas pelo Cira conseguimos recuperar para o Estado mais de R$ 500 milhões, valor superior ao nosso orçamento”. O procurador destacou que as equipes técnicas do governo e do MPE estão analisando os dados para encontrar uma forma do órgão auxiliar o Executivo a ultrapassar a crise. “Estamos dialogando e mostrando quais serão nossas dificuldades para 2017.
Trouxemos para a reunião todos os procuradores de Justiça e nossa equipe técnica, porque conhecendo, poderemos colaborar de maneira estratégica com nosso Estado”. Os secretários que formam a equipe econômica do Governo também estiveram na reunião, elucidando dúvidas dos procuradores e pedindo o apoio para que a redução seja implementada, em prol de colaborar com o reequilíbrio fiscal do Estado.
Para o secretário de Estado de Fazenda, Seneri Paludo, ações em curto prazo para conter a crise financeira são essenciais. “Daqui até o final do ano nós temos um desafio muito grande, que é esse ajuste fiscal. Sem equilibrar as contas do Governo Estadual, isso começará a contaminar os demais Poderes também. Nesse momento precisamos ter muita seriedade, muita calma e fazer algumas escolhas.
Em médio e longo prazo, muitas soluções podem acontecer, mas, parafraseando um dos grandes economistas do século passado, ‘no longo prazo todos aqui estaremos mortos, nosso problema é no curto prazo’”. O secretário de Estado de Planejamento, Gustavo de Oliveira, pediu o apoio dos procuradores para que dois objetivos sejam alcançados, por meio do Pacto por Mato Grosso. “Não adianta a essa altura nós ficarmos buscando culpados, tentando entender quem foi o responsável pela situação econômica em que nos encontramos hoje”. (Com assessoria)