Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

DIÁRIO DE CUIABÁ

Júri condena comerciante por homicídio

segunda-feira, 11 de julho de 2016, 11h35

JOANICE DE DEUS
Da Reportagem

Após um julgamento que durou cerca de 10 horas, o comerciante Rubens Alves de Lima, de 34 anos, foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado pela morte do jornalista Auro Ida, 53. Ida foi assassinado com seis disparos de arma de fogo, no bairro Jardim Fortaleza, em Cuiabá, em julho de 2011.

Rubens foi condenado por homicídio duplamente qualificado, praticado por motivo fútil (ciúmes). A vítima e a namorada Bianca Nayara Corrêa de Souza, ex-mulher do comerciante, estavam dentro do carro do jornalista, estacionado em frente à casa dela, quando foram abordados por Evair Peres Madeira Arantes, conhecido como “Baby”. Após efetuar os disparos, o atirador fugiu em uma bicicleta.

Em depoimento que durou aproximadamente 40 minutos, Lima negou ser o mandante do crime e implorou por inocência. Ao ser questionado pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, ele contou que há 10 anos administrava uma lan house e que teve um relacionamento com Bianca durante quatros anos.

Lima admitiu que a princípio ficou abalado e a procurou para reatar o relacionamento algumas vezes. Porém, ao júri, disse que muitas pessoas queriam matar o jornalista por causa das histórias amorosas dele no bairro. Ele ainda clamou por Deus e falou que não consegue dormir direito desde que foi preso, em 2013.

Já Bianca Souza, a primeira a prestar depoimento, confirmou ter pedido proteção ao Ministério Público do Estado (MPE) porque estava com medo dos bandidos e até mesmo da família do Auro. Ela também relatou que Auro dizia que sofria ameaças por conta das matérias que publicava e que o jornalista se relacionava com várias meninas do bairro.

Disse também que dias antes do crime foi alertada por uma amiga para que ficasse “preparada”. Porém, negou que ligou para Rubens falando sobre um encontro com advogado para tratar de divisão de bens. Bianca Souza falou que se sentiu pressionada para fazer o reconhecimento do executor da vítima. À polícia, ela havia dito à polícia que tinha 70% de que o assassino era Evair Arantes.

Para a promotora de Justiça, Marcelle Costa e Faria, não foi apenas por ciúmes que Rubens de Lima encomendou o crime. "O inquérito policial está robusto e tem as provas evidentes, a quebra de sigilo telefônico dos acusados. Tanto que o executo e o corréu já foram condenados. O Rubens não aceitava dividir os bens com a Bianca. A vítima estava providenciando advogados para que esses bens fossem divididos", disse.

O crime teria sido encomendado pelo valor de R$ 1,5 mil, além do fornecimento de uma pistola utilizada no homicídio. Desde 2013, o comerciante está detido no Centro de Ressocialização da capital (CRC). Por isso, Rubens pode ser colocado em liberdade condicional nos próximos três anos.

Ainda em 2013, “Baby” também foi condenado a pena de 15 anos e seis meses de reclusão. Já Alessandro Silva da Paz, apontado como contratante de “Baby”, pegou 16 anos e seis meses de reclusão.



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