GAZETA
Justiça recebe denúncia
quinta-feira, 21 de julho de 2016, 10h35
NATÁLIA ARAÚJO
DA REDAÇÃO
A Justiça recebeu denúncia contra seis pessoas pela participação nos ataques que aterrorizaram Cuiabá, no mês passado. Dois são apontados como mandantes das ações e integrantes do Comando Vermelho de Mato Grosso, sendo Reginaldo Aparecido Moreira e João Luis Baranoski. As ordens foram dadas de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE) poucas horas antes.
A denúncia foi recebida pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal. Baranoski, também conhecido como Matrinxã, de acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado, na condição de um dos líderes da facção criminosa determinou que os outros membros da organização incendiassem os ônibus do transporte público da Capital.
A autorização para as ações ficou comprovada por meio de mensagens de texto trocadas entre Baranoski e outros integrantes da facção. Em determinando momento, é pedida autorização para enviar as ordens a outros membros espalhados no Estado.
Em atendimento às ordens, integrantes do comando foram até Várzea Grande e incendiaram um ônibus no bairro Unipark, bem como outro pertencente à empresa Pantanal Transportes, no bairro Praieiro. Contudo, logo depois, Baranoski disse que os veículos não deveriam ter sido queimados. Porém, a observação serviu apenas para evitar novos ataques aos ônibus.
Sendo assim, Baranoski foi denunciado por crime de incêndio majorado, ou seja, por promover e causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. É o mesmo crime que foi atribuído a Reginaldo. O homem que atende pelo apelido de “RG” foi identificado como um dos mandantes dos ataques.
Em suas ordens, RG determinou também que fossem atacados agentes de segurança pública, como policiais militares, civis e bombeiros, denominados como “vermes de camisa azul”. Um crime contra um agente penitenciário está sendo investigado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP). À época dos ataques, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) anunciou que os presos seriam transferidos para uma unidade federal.
Contudo, os presos ainda continuam em Mato Grosso, na Penitenciária Major PM Eldo Sá Correa, em Rondonópolis (212 km ao sul). O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) confirmou que o pedido de transferência foi efetuado, mas não atendido.