DIÁRIO DE CUIABÁ
Empresário avisou ex-secretário
sexta-feira, 29 de julho de 2016, 10h14
RAFAEL COSTA
Da Reportagem
Em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) no dia 22 deste mês, o empresário Ricardo Sguarezi, um dos sócios-proprietários da Aroeira Construções, revelou aos delegados e promotores de justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que informou pessoalmente o ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, a respeito da cobrança de propina feita pelo empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construções, para sua empresa receber pelos serviços prestados a Secretaria de Educação.
O empresário informou que foi até o escritório sediado no Avant Garden Business acompanhado de seu pai, José Adalberto Sguarezi, e ficou constrangido ao tomar conhecimento de que o empresário Giovani Guizardi estaria no local.
“Ficou surpreso ao saber que se tratava do escritório do tal Giovani Guizardi, que o declarante ficou constrangido ao ver Giovani, pois já tinha falado para o então secretário de Educação, Permínio Pinto, sobre o percentual indevido que estava sendo cobrado pelo Giovani”, diz um dos trechos do depoimento.
Sguarezi revelou ainda que na reunião liderada por Giovani Guizardi estavam presentes os empresários Luiz Fernando Rondon, da Luma Construtora, Julio Yamamoto, da Apolus Construtora, e Leonardo Rodrigues, da JER Construtora.
A pauta da reunião era a redução do percentual da cobrança de propina de 5% para 3%, Ainda ficou acertado que a cobrança da propina em relação aos contratos anteriores seria de 5%. Porém, Sguarezi revelou que após esse episódio, resolveu se desligar do grupo e não participar mais de reunião.
“Diante de tudo isso, o declarante o resolveu afastar-se de tudo que dizia respeito aos novos contratos da Seduc, saindo do grupo do Whatsapp, não participando de nenhuma reunião e nem participando de outras reuniões”.
GUIZARDI
Ontem, o empresário Giovani Guizardi – que já está preso há 87 dias - compareceu ao Gaeco e permaneceu em silêncio. A decisão de ficar calado seguiu uma orientação do advogado Rodrigo Mudrovitsch.
A defesa trabalha com a possibilidade de anular a Operação Rêmora e Locus Delicti alegando que seria de competência da Justiça Federal conduzir a investigação bem como a ação penal em decorrência do inquérito.
Segundo o advogado de Giovani Guizardi, neste momento, está descartada qualquer possibilidade de uma colaboração premiada de Giovani Guizardi. \"Essa não é uma possibilidade cogitada agora\", disse Rodrigo Mudrovitsch.
Ele explicou que aguarda o STJ (Superior Tribunal de Justiça) analisar o mérito de um habeas corpus que teve a liminar indeferida pelo ministro Nefi Cordeiro. \"Temos a expectativa desse julgamento que pelas jurisprudências ele não poderia estar preso\", afirmou Rodrigo Mudrovitsch. (RC)