GAZETA
Gaeco denuncia ex-prefeito
sexta-feira, 19 de agosto de 2016, 10h08
GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o ex-prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), empresários, servidores e ex-servidores, envolvidos em um esquema de fraude a licitação e corrupção, descoberto com a Operação Camaleão. De acordo com os promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e da 9ª Promotoria do município, foram constatados indícios da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsidade em documento público, uso de documento falso e estelionato qualificado.
Caso a Justiça aceite a denúncia, todos passam a ser réus no processo. Além de Walace, foram denunciados o proprietário da empresa Carneiro Carvalho Construtora Ltda, José Henrique Carneiro Carvalho, José Alves de Carvalho, Mário Borges Junqueira, Cláudio Adalberto Salgado, Hércules de Paula Carvalho e Raphael dos Santos Rondon.
Todos eles, segundo o MPE, tiveram participação no esquema confirmada no decorrer da investigação, após a análise de documentos apreendidos, realização de perícias, interceptações telefônicas, quebra de sigilo bancário e inquirição de testemunhas. A atuação do grupo causou um enorme prejuízo aos cofres do município.
Segundo os promotores, em meados de 2013, José Henrique utilizou atestados de capacidade técnica falsos para firmar com o município um contrato de aproximadamente R$10 milhões para realização de reformas e reparos em obras públicas, falsificando a assinatura de um engenheiro. Durante a vigência do contrato, com a participação de Hércules e Salgado, fiscais do contrato, ele desviou mais de R$ 1 milhão dos cofres públicos por meio de medições inexistentes.
Já Walace, teria recebido dinheiro para se omitir em relação às obras contratadas pela Prefeitura e não executadas ou mal-feitas pela empresa, além de pagar as medições sem quaisquer questionamentos. Durante a investigação, o Gaeco obteve diálogos mantidos entre os denunciados que evidenciam a utilização de códigos para tentar disfarçar o pagamento da propina.
“Os diálogos captados durante as investigações e depoimentos colhidos comprovaram que o então Prefeito Walace era o destinatário destes recursos”, afirmam os promotores do Gaeco. Além da condenação pelos crimes, o MPE defende o pagamento de mais de R$ 2 milhões por parte dos denunciados a título de ressarcimento aos cofres públicos e indenização por dano moral coletivo. Metade deste valor deverá ser investido nas áreas de Saúde e Educação.