DIÁRIO DE CUIABÁ
Prefeito de Sinop é alvo de investigação do Gaeco
sexta-feira, 16 de setembro de 2016, 10h40
RAFAEL COSTA
Da Reportagem
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) numa atuação conjunta com o Naco (Núcleo de Ação de Competência Originária), órgão vinculado ao Ministério Público Estadual (MPE) que investiga autoridades com foro por prerrogativa de função, deflagrou ontem a operação Sorrelfa.
Os principais alvos são o prefeito de Sinop, Juarez Costa (PMDB), e a primeira-dama Ivone Lantazi Costa, que é a atual secretaria de Assistência Social do município. Os agentes policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do prefeito e em seu gabinete, e ainda na Secretaria Municipal de Assistência Social.
Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Sinop e outros três no estado de Santa Catarina. De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), a operação investiga crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Um dos alvos de investigação é o patrimônio do prefeito considerado desproporcional diante de seus vencimentos mensais dos últimos anos, o que levanta a suspeita de corrupção.
Estiveram envolvidos na operação Sorrelfa 35 agentes, quatro oficiais da Polícia Militar, nove policiais civis, dois delegados e nove promotores de justiça, que contam também com o apoio do Gaeco de Santa Catarina. A busca e apreensão pode ter impacto no processo eleitoral no município, já que a vice-prefeita Rosana Martinelli (PR) é candidata à prefeitura e tem Juarez Costa como seu principal cabo eleitoral.
O advogado do prefeito Juarez Costa, Rafael Baldasso, informou que o peemedebista estava em casa quando o Gaeco chegou. Ele também informou que foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência do prefeito. Alguns documentos foram apreendidos. Baldasso explicou que não teve acesso ao teor da ordem judicial, pois a mesma "está em segredo de Justiça".
Disse que foi informado apenas de que o processo corre na Justiça em Cuiabá. “Primeiramente, vamos buscar ter acesso ao processo para saber do que se trata e depois avaliar o que pode ser feito”.
A equipe do Gaeco ficou na casa do prefeito por mais de 4 horas. Os promotores e delegados que estiveram na Operação não conversaram com os jornalistas ao sair da casa do prefeito. Não foram informados os demais locais em Sinop onde as equipes cumpriram os mandados judiciais. O termo "sorrelfa" significa "dissimulação silenciosa para enganar ou iludir".