Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

DIÁRIO DE CUIABÁ

Empresário pega 20 anos de prisão

quinta-feira, 20 de outubro de 2016, 10h37

Aline Almeida
Da Reportagem

O Tribunal do Júri em Cuiabá condenou ontem, depois de mais de 30 horas de julgamento, o empresário Rogério da Silva Amorim, Paulo Ferreira Martins (réu confesso) e Carlos Alexandre da Silva pela morte da jovem Maiana Mariano Vilela, 16 anos. A decisão do júri, formado por seis homens e uma mulher, foi unânime. Na sentença os jurados chegaram à conclusão de que Rogério foi o mandante do crime. O empresário foi condenado a 20 anos e 3 meses de prisão em regime inicialmente fechado e ainda 50 dias multa pelo mando e por homicídio qualificado.

Os réus Rogério da Silva Amorim e Paulo Ferreira Martins responderão pelos crimes 121 e 211 do Código Penal. Apenas Carlos Alexandre da Silva foi absolvido do homicídio, mas condenado por ocultação de cadáver. Os dois, que juntamente com Carlos estavam em liberdade, agora irão para o regime fechado. Paulo irá para o Centro de Ressocialização de Cuiabá e Rogério para o Centro de Custódia da Capital.

Paulo Ferreira foi condenado a 18 anos 9 meses e 40 dias-multa, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, também em regime fechado. Já Carlos Alexandre foi condenado a um ano e seis meses pelo crime de ocultação de cadáver, em regime aberto. O promotor de Justiça Jaime Romaquelli, responsável pela acusação, irá recorrer da sentença que absolveu Carlos Alexandre do homicídio.

O irmão de Maiana, Danilo Raul Mariano Vilela, se emocionou com resultado do julgamento. Segundo ele, a decisão só prova o contrário que o Rogério havia dito a ele “que matar filho de pobre é que nem matar cachorro”. “Meu coração está pulsando de alegria, cheguei a duvidar da condenação porque ele tinha dinheiro. Mas a Justiça provou que tudo que eles falaram hoje sobre a minha irmã, que ela era prostituta, é mentira. A pena ainda foi pouca pelo que ele fez”, disse.

Durante todo o julgamento os advogados das defesas adotaram como estratégia denegrir a imagem de Maiana. Entre os “defeitos” da vítima apontados pelos advogados estavam ser ‘garota de programa’, ‘usar roupas curtas’, ‘ter tatuagem’, ‘gostar de funk’, entre outras. Um dos advogados chegou a dizer que a menina não era uma santa e que era conhecida por ter uma tatuagem de pimentinha nas costas, pouco acima do bumbum.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Rogério propôs o homicídio a Paulo sob a “alegação de que a vítima Maiana e sua família estariam extorquindo-lhe dinheiro”. Paulo ofereceu parceria no crime e divisão da recompensa a Carlos Alexandre. No dia do assassinato, Rogério pediu que Maiana fosse até o local entregar dinheiro ao chacareiro. Ao chegar lá, a vítima foi rendida.

Ela foi asfixiada com um pedaço de pano e o corpo abandonado em um matagal. Maiana e Rogério mantiveram um relacionamento extraconjugal por aproximadamente um ano e estavam vivendo juntos havia cinco meses, em regime de união estável, quando o assassinato foi cometido. Maiana Vilela desapareceu no dia 21 de dezembro de 2011. A jovem foi morta numa chácara no Bairro Altos da Glória. Paulo e Carlos enterraram o corpo da jovem na região da Ponte de Ferro.

Os restos mortais da adolescente foram encontrados no dia 25 de maio de 2012, cinco meses após o crime. A ex-mulher de Rogério Amorim também foi denunciada pelo MPE como participante dos crimes, mas a Justiça considerou que não havia indícios da participação dela. O júri - O julgamento do caso Maiana foi marcado inicialmente para setembro do ano passado, redesignado outras três vezes (outubro e novembro de 2015 e agosto de 2016), até ser remarcado para este mês. A sessão teve início na última terça-feira às 08h30 e terminou nesta quarta-feira no final da tarde.



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