GAZETA
Alan Malouf se entrega à Justiça
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016, 10h27
GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO
O empresário Alan Ayoub Malouf foi preso preventivamente, nesta quarta-feira (14), após a deflagração da terceira fase da Operação Rêmora. Batizada de “Grão Vizir”, a investigação apura a criação de um esquema de cobrança de propina de empresários que realizavam obras em unidades de ensino, no âmbito da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Os trabalhos são conduzidos pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO), uma vez que entre os investigados há pessoas com prerrogativa de foro por função. Alan chegou a ser declarado como foragido, uma vez que os agentes não o localizaram nos endereços do empresário, mas se apresentou, ao lado de seu advogado, Huendel Rolim, à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, que decretou a prisão.
Após passar por exames no Instituto Médico Legal (IML), Malouf foi encaminhado para a base do Serviço de Operações Especiais (SOE). Informações não confirmadas pelas partes dão conta de que a escolha da unidade onde ele ficará preso passa pela entrega de uma petição, no momento da prisão, em que Alan se coloca à disposição para esclarecer todos os fatos denunciados.
Vale lembrar que o ex-secretário Pedro Nadaf foi transferido há alguns meses para o mesmo local, depois que decidiu confessar os crimes a ele imputados. Do mesmo modo, o empresário Giovani Belatto Guizardi também foi transferido para o SOE após firmar um acordo de colaboração, no âmbito da mesma investigação. Além da prisão do empresário, os agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão e condução coercitiva.
A prisão de Alan ocorre após a análise do depoimento de Guizardi, que confessou ser o operador da propina arrecadada com os empresários. Ele afirmou em juízo que 25% de tudo o que era recebido era entregue a Alan, que teria investido R$ 10 milhões na campanha de Pedro Taques (PSDB) ao Governo de Mato Grosso. Assim que soube de tal declaração, Taques negou ter recebido qualquer tipo de doação irregular e lembrou que suas contas foram aprovadas por unanimidade pela Justiça Eleitoral.
Além disso, desde a deflagração da operação, em maio deste ano, o governador destacou que tem tomado medidas para combater a corrupção, exonerando todos os servidores supostamente envolvidos e defendeu o avanço da apuração. Segundo Guizardi, além de ficar com os 25%, Alan recebia outros 25% que supostamente eram repassados ao presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Guilherme Maluf (PSDB).
Na ocasião, tanto Alan quanto o parlamentar negaram o recebimento da propina. De acordo com o advogado do empresário, Huendel Rolim, Alan sempre esteve à disposição da justiça. “A defesa aguarda acesso aos autos para tomar as medidas pertinentes para sua liberdade”, informou por meio de nota.