DIÁRIO DE CUIABÁ
Gaeco contesta soltura de Malouf
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017, 10h10
CAROL SANFORD
Da Reportagem
O chefe do Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Marco Aurélio Castro, contestou na noite de terça-feira (24) a decisão da juíza Maria Rosi Meira Borba, que revogou a prisão preventiva do empresário Alan Malouf, preso na terceira fase da Operação Rêmora.
Conforme a assessoria de imprensa do Ministério Público do Estado (MPE), o teor do recurso é sigiloso. Porém, Alan Malouf foi intimado para prestar novos esclarecimentos no próximo mês a fim de completar informações fornecidas em depoimento ao Gaeco.
A motivação da juíza para a soltura de Alan Malouf, no dia 24 de dezembro, foi a de que ele estaria prestando informações e colaborando com as investigações da operação. No entanto, as declarações de Malouf estariam incompletas e não poderiam servir de argumentos para a revogação da prisão.
A terceira fase da Operação Rêmora foi denominada “Grão-Vizir” e deflagrada após delação do empresário Giovani Guizardi, proprietário da Dínamo Construtora, que apontou Malouf como um dos chefes da organização criminosa que fraudou licitações da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), além de receber propinas de empreiteiras que tocavam as obras da Pasta.
Segundo Guizardi, quantias de dinheiro foram repassadas a Alan Malouf que compensariam doações feitas na campanha eleitoral de 2014. Os desvios chegariam ao montante de R$ 56 milhões e Malouf seria o responsável pela arrecadação, cobrança e distribuição das propinas.
Malouf é dono do Buffet Leila Malouf e em depoimento negou ser o idealizador do esquema. Também são partes na operação o ex-secretário de Educação do Estado, Permínio Pinto, os ex-servidores da Seduc, Wander Luis dos Reis e Fábio Frigeri, e o empreiteiro, Ricardo Sguarezi. Todos devem prestar novos depoimentos.