Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

Propina à Seduc foi de R$ 236 mil

terça-feira, 31 de janeiro de 2017, 10h03

RAFAEL COSTA
REPÓRTER DO GD

Em mais de duas horas de depoimento, o empresário Ricardo Sguarezi confirmou aos promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que pagava propina ao ex-assessor especial Fábio Frigeri para receber pelos serviços prestados a Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

As declarações foram dadas na quinta-feira (26) e reveladas por meio de documentos que se tornaram públicos na segunda-feira (30). Sguarezi é proprietário das construtoras Aroeira e Relumat e mantinha contrato com o governo do Estado para executar obras de reformas e construção de unidades escolares. Para receber até R$ 3,1 milhões, aceitou pagar R$ 236 mil em propinas entregues a Fábio Frigeri, que tinha a função de atuar como o arrecadador da vantagem indevida.

O depoimento ainda levanta a suspeita de que a propina arrecadada pelos servidores públicos por meio de fraudes em contratos da educação serviria para quitar dívidas de campanha eleitoral de 2014. Isso porque o ex-assessor especial da Secretaria de Educação, Fábio Frigeri teria revelado, ao cobrar o retorno de 5% dos valores liberados, que o dinheiro seria utilizado para o pagamento de uma gráfica por conta de despesas de campanha eleitoral.

No entanto, não é informado qual seria o político beneficiado com o pagamento da dívida. ‘Fábio Frigeri solicitou ao declarante que havia a necessidade de pagamentos de vantagens indevidas na ordem de 5% do valor a ser recebido (...) O declarante questionou Fábio Frigeri sobre o destino dessa vantagem indevida, tendo dito ele que seria para ‘pagamento de uma gráfica e despesas de campanha’.

Após o pagamento da primeira parcela de propina de R$ 20 mil feito em cheque, Sguarezi revelou que a liberação dos pagamentos pelos serviços prestados começou a ser feito com freqüência, atingindo até R$ 620,7 mil. Diante disso, pagou mais R$ 36,9 mil em propina entregue nas mãos de Fábio Frigeri em uma sala no prédio da Secretaria de Educação.

Em setembro de 2015, suas empresas foram novamente favorecidas com a liberação de R$ 792,4 mil em medições. ‘No dia 28.10.2015, entreguei a Fábio Frigeri os cheques de emissão da empresa Relumat, do Banco do Brasil: a) cheque nº 211000, no valor de R$ 10 mil; b) cheque nº 211010, no valor de R$ 20 mil; esses cheques foram nominados ao declarante a pedido do próprio Fábio.

Também em setembro de 2015, Sguarezi revelou que foi orientado por Frigeri a entrar em contato com o empresário Giovani Guizardi, proprietário da Dínamo Construtora Ltda, para receber o valor das medições pendentes de 2014 relacionados aos serviços prestados pela empresa Relumat.

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