Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

Silval fez nomeações estratégicas

quinta-feira, 16 de março de 2017, 12h35

GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) definiu os postos que seriam ocupados pelos integrantes da suposta organização criminosa de forma a garantir o andamento de esquemas de desvio de recursos públicos do Estado. A afirmação foi feita pelo ex-secretário Pedro Nadaf e faz parte da denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra 17 pessoas, entre elas Silval e Nadaf, por conta da quinta fase da Operação Sodoma.

Em depoimento prestado, o ex-chefe da Casa Civil revelou ainda que o peemedebista contava com pessoas de “dentro e fora do governo”. De acordo com Nadaf, a articulação comandada por Silval foi iniciada em 2011, assim que ele foi reeleito governador de Mato Grosso. Segundo ele, o movimento ocorreu de forma “velada e orquestrada”, com o objetivo de angariar fundos para a suposta organização.

“E aí começou-se um processo todo de se realizar essas articulações no sentido de não só pra pagar o pós-campanha, como também começar a angariar fundos pra essa organização criminosa que seriam propinas voltadas para um caixa dessa organização criminosa”. O ex-secretário destacou que chegou a se reunir com Silval para tratar exatamente de quais seriam os cargos ocupados por membros da suposta organização, em 2012, durante uma reforma administrativa.

Um destes casos envolve outro denunciado pelo MPE, Arnaldo Alves, que foi remanejado da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu) para a Secretaria de Estado de Planejamento. “Eu cheguei a sentar com o Governador pra nós definirmos estrategicamente para onde iria cada um dos secretários que houvesse interesse. [Por] exemplo o Arnaldo era Secretário de obras na época, né? E ele foi pra Secretaria de Planejamento”.

O próprio Nadaf chegou a discutir com Silval a saída do então secretário de Administração e também denunciado Cézar Roberto Zílio, que havia enganado Silval e, por isso, seria retirado do cargo. “Essa transferência dele para o MT PAR [foi] discutida inclusive na época comigo, na mudança organizacional, na estruturação da equipe de governo, pra fortalecer, inclusive, algumas ações da organização criminosa, com a entrada, inclusive, do Pedro Elias”, destacou, citando o sucessor de Zílio, Pedro Elias Domingos de Mello, mais um denunciado pelo MPE.

Ao lado de Zílio, ele firmou acordo de colaboração com os promotores. Conforme o ex-chefe da Casa Civil, a troca atenderia três situações. “O governador falou assim: ‘olha Pedro, nós temos que atender aqui três situações: primeiro eu preciso silenciar o Cézar, então eu vou deixar ele no governo, mas em stand by, então eu passo ele pro MT PAR; segundo eu atendo o PMDB que o presidente do partido está me forçando muito que quer mais espaço partidário dentro do governo, que foi a entrada do Faiad para o governo (...)”.

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