GAZETA
Silval estaria disposto a ‘contar tudo’ ao MP
sexta-feira, 24 de março de 2017, 09h53
REDAÇÃO DO GD
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) está próximo de assinar um termo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MPE) e auxiliar os promotores de Justiça em investigações relacionadas à corrupção na administração pública de Mato Grosso. Para ser beneficiado com a redução ou até mesmo extinção da pena nos processos em que figura como réu conforme prevê a lei 12.850/2013, o peemedebista está disposto a devolver até R$ 70 milhões aos cofres públicos.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (23) na coluna do jornalista Lauro Jardim divulgada no site do jornal Carioca O Globo. Apontado como líder da organização criminosa que desviou mais de R$ 100 milhões dos cofres públicos mediante cobrança de propina para concessão de incentivos fiscais a empresas privadas, fraudes no pagamento de desapropriação de terrenos públicos e cobrança de propina para empresas manterem em vigência contratos com o governo do Estado, Silval Barbosa está preso preventivamente no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) desde o dia 17 de setembro de 2015.
Neste período, acumulou derrotas na esperança de ganhar liberdade na Justiça, sendo a última rejeitada a tese pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, teria se excedido na homologação da colaboração premiada de outros réus, o que configuraria suspeição e posterior nulidade de todos os atos relacionados a Operação Sodoma da Polícia Civil.
Em nota de esclarecimento à imprensa, a banca de advogados do ex-governador, formada por Ulisses Rabaneda e Valber Melo, negou a possibilidade de firmar delação premiada e diz que a prioridade é recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a Operação Sodoma por falhas processuais. “A respeito da informação veiculada hoje no site O Globo e reproduzida nos demais veículos de comunicação em Mato Grosso, sobre suposto acordo de colaboração premiada de Silval Barbosa, a defesa vem reafirmar que a noticia não procede”, afirmam na nota.
Segundo eles, Silval vem se defendendo de todas as imputações formuladas desde o início da operação Sodoma, tendo orientado sua defesa técnica a continuar recorrendo às instâncias superiores na tentativa de demonstrar tanto a desnecessidade da custódia, seu prolongamento excessivo, quanto a nulidade dos atos processuais praticados no bojo da citada operação. “Neste sentido, a defesa já estuda as próximas ações a serem implementadas, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF)”.