DIÁRIO DE CUIABÁ
Bardusco pede condenação de Silval e de ex-secretários
quarta-feira, 31 de maio de 2017, 14h40
RAFAEL COSTA
Da Reportagem
A promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco defendeu nas alegações finais da ação penal relativa a segunda fase da Operação Sodoma da Polícia Civil a condenação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) pelos crimes concussão, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e corrupção passiva.
Os mesmos crimes foram atribuídos aos ex-secretários de Estado Pedro Nadaf, Marcel de Cursi, ao procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, conhecido como Chico Lima, o ex-secretário adjunto de administração, José Nunes Cordeiro, e ao ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio César Corrêa de Araújo.
A pena a ser aplicada pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, poderá ultrapassar 20 anos de prisão. Os ex-secretários de Estado César Zilio e Pedro Elias Domingos, que firmaram termo de colaboração premiada e se comprometeram a auxiliar a Justiça, também deverão ser condenados, mas o Ministério Público requereu a redução da pena em até 2/3, o que é assegurado pela lei 12.850/2013.
O médico e filho do ex-governador Silval Barbosa, Rodrigo Barbosa, e o ex-secretário adjunto de Administração, José Nunes Cordeiro, deverão ser condenados por organização criminosa, concussão e lavagem de dinheiro. O Ministério Público solicitou que a pena do ex-secretário Pedro Nadaf relacionada ao crime de lavagem de dinheiro deverá ser atenuada em razão da sua confissão do crime em depoimento à Justiça.
Ainda foi requerida a condenação pelo crime de concussão por parte do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, e do bacharel em Direito Tiago Dorileo. Já o crime de corrupção ativa foi atribuído ao ex-prefeito de Várzea Grande Walace Guimarães e aos empresários Antônio Roni e Gustavo Pontes.
Também foi requerida a per da função pública do ex-secretário Marcel de Cursi, que é fiscal de tributos devidamente aprovado em concurso público e lotado na Secretaria de Fazenda, e do servidor público Bruno Saldanha. A segunda fase operação Sodoma 2 apurou conduta dos membros da organização criminosa na utilização de recursos provenientes do pagamento de propina e lavagem de dinheiro.
Os trabalhos são desdobramentos das investigações relacionadas à concessão fraudulenta de incentivos fiscais do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso, o Prodeic. As investigações apuraram que parte dos cheques repassados como pagamento de propina a servidores públicos foram utilizados para aquisição de um imóvel localizado na Avenida Beira Rio, bairro Grande Terceiro, em Cuiabá.
