DIÁRIO DE CUIABÁ
Oficial de Justiça é preso por tentar subornar servidora
quarta-feira, 21 de junho de 2017, 11h05
Da Reportagem
Um dos presos na Operação Convescote do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado – Gaeco, o oficial de Justiça Eder Gomes de Moura, teve a prisão decretada por ter tentando subornar uma servidora da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que tem sob o seu comando a juíza Selma Arruda, que autorizou as prisões e mandados de busca e apreensão.
De acordo com a decisão da magistrada, Eder chegou a oferecer R$ 15 mil reais para ter a cópia do processo que investigava o esquema de desvios de recursos da Assembleia e do TCE por meio da contratação de “consultorias fantasmas” pela Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe) ligada à Universidade Estadual de Mato Grosso - Unemat.
A servidora teria sido procurada por Eder Moura, para que ele entrasse em contato com o esposo da servidora, que é promotor de justiça. Logo em seguida o mesmo teria revelado que precisaria falar com ela sobre outro assunto, mostrando um papel com o número do processo em questão e dizendo que queria uma “cópia integral”, oferecendo em um primeiro momento R$ 5 mil para a servidora.
Ele ainda teria informado que estava a mando de um advogado, que seria sobrinho de um desembargador. “Já alguns dias depois, a servidora recebeu três telefonemas de Éder e não atendeu e, no dia 2 de junho passado, ele novamente telefonou, dizendo que precisava entregar documentos para o marido dela. Nesta ocasião, procurou a servidora em um salão de beleza no centro de Cuiabá.
Lá chegando, não trouxe qualquer documento, mas indagou dados bancários de seu marido e em seguida pegou um papel em branco e disse: 'olha ele tá te oferecendo agora este valor' e escreveu no papel R$ 15 mil”, diz trecho da decisão. A servidora, no entanto, negou o subornou e procurou o Ministério Público Estadual que a orientou a realizar um flagrante com gravação de áudio e vídeo. “A servidora foi aconselhada pelos agentes a marcar um encontro com o acusado e gravar toda a conversa com equipamento de áudio e vídeo.
“No diálogo travado no Shopping Pantanal percebe-se que o interlocutor da servidora é a pessoa de Éder e que o contexto da conversa faz sentido, quando concatenado aos demais dados já fornecidos pela gestora”. Nesta última conversa, apenas não há oferta expressa de quantia em dinheiro, mas resta bem nítido que Éder pede o acesso aos autos sigilosos e diz que age em nome de um advogado, que seria filho de um desembargador”, relata Selma Arruda na sua decisão do dia 12 de junho.
A magistrada ainda diz que Eder, além de ter pratica corrupção ativa, tentou fazer a obstrução da justiça e que, apenas afastá-lo de suas funções não seria suficiente para impedir que ele tenha acesso ao advogado, ao cliente e até mesmo a outros membros da organização criminosa investigada.
"Por estes motivos, fulcrada no que dispõem os artigos 311, 312 e seguintes do Código de Processo Penal Brasileiro decreto a prisão preventiva de Eder Gomes de Moura, qualificado nos autos às fls. 01 do Relatório de Informações 64/2017/COORD.OP/GAECO”. A Operação Convescote realizou 11 prisões e quatro conduções coercitivas nesta terça-feira (20) em Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres.