Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

Secretário e mais 5 PMs são presos

segunda-feira, 26 de junho de 2017, 10h29

GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decretou a prisão de seis policiais militares, quatro deles por suspeita de participação em um suposto esquema de escutas clandestinas, no âmbito da corporação. Entre os detidos, por decisão do desembargador Orlando Perri, estão o secretário-chefe da Casa Militar, coronel Evandro Lesco e de seu adjunto, o também coronel Ronelson Barros.

Por meio de nota, o governo anunciou o afastamento dos dois e informou que o coronel Wesley de Castro Sodré comandará a pasta. Na mesma decisão, Perri determinou as prisões do tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista, atual Comandante do 4º Batalhão, em Várzea Grande, e do cabo Euclides Luiz Torezan, militar que está cedido ao Ministério Público Estadual (MPE).

Os quatro estão presos preventivamente. A decretação das prisões tem por base o avanço das investigações do esquema, que já resultaram nas detenções de outros dois militares, o coronel Zaqueu Barbosa e o cabo Gerson Luiz Ferreira Correia Júnior, cujas prisões preventivas foram prorrogadas por Perri.

Lesco é apontado como responsável pela compra dos equipamentos de escuta, cuja nota fiscal da aquisição de dois equipamentos, ao custo de R$ 24 mil, foi juntada pelo promotor de Justiça Mauro Zaque no material encaminhado por ele a Procuradoria-Geral da República (PGR) no bojo da investigação sobre o esquema de escutas ilegais que vinha sendo operado em Mato Grosso.

Além dos militares supostamente envolvidos no esquema foram detidos administrativamente o coronel Alexandre Corrêa Mendes e o tenente-coronel PM Victor Paulo Fortes Pereira, respectivamente corregedor-geral e diretor de Inteligência da Polícia Militar. Eles são acusados de quebra de sigilo, uma vez que teriam se dirigido à Casa Militar, na manhã desta sexta-feira (23) e informado Lesco da proximidade de uma grande operação.

O episódio resultou em um pedido de providências por parte do governador Pedro Taques (PSDB) ao presidente do TJMT, desembargador Rui Ramos. No documento, o governador relata que Lesco e os secretários José Adolpho de Lima Avelino Vieira, da Casa Civil, e Airton Benedito Siqueira Júnior, de Justiça e Direitos Humanos, foram abordados pelos dois policiais.

Eles teriam dito aos secretários para “se prepararem”, pois foram chamados pelo coronel Jorge Catarino de Moraes, encarregado do Inquérito que apura a prática de interceptações telefônicas clandestinas, para uma operação, com mandados de busca e apreensão e de prisão, cujos alvos seriam a Casa Militar e servidores da pasta.

Ramos negou que o vazamento tenha partido do Judiciário e informou Perri e o comando da PM do ofício encaminhado pelo governador. Catarino já solicitou a conversão das prisões administrativas em preventivas, que serão analisadas pelo desembargador. Por meio de nota, o governo destacou que os dois secretários presos não receberão seus salários pelo período de afastamento, embora ressalve que, apesar da decretação das prisões, as investigações estão em fase inicial e não há, até onde seja do conhecimento do Governo, nenhum ato que desabone suas condutas.

Além disso, a gestão acompanhará as investigações sobre as atuações de Januário e Torezan. “Por fim, o governador acredita na Justiça e nas instituições democráticas, reitera sua convicção de que a verdade prevalecerá, e que ao final das investigações os verdadeiros culpados serão identificados e punidos na forma da lei”.

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