DIÁRIO DE CUIABÁ
Médicos denunciam falta de insumos
quinta-feira, 06 de julho de 2017, 10h30
ALINE ALMEIDA
Da Reportagem
Sem insumos básicos para atender pacientes, profissionais de saúde que atuam no Pronto Socorro de Várzea Grande registraram boletim de ocorrência (BO) relatando o problema. Até mesmo cirurgias estariam sendo canceladas por falta de materiais entre eles agulha e gaze. O caso agora passa a ser investigado pelo Ministério Público. No último dia 28 o promotor Carlos Rubens de Freitas Oliveira Filho instaurou um inquérito civil para apurar o caso.
De acordo com o Ministério Público, o objetivo é apurar a falta de insumos para a realização de atendimentos de emergência e urgências clínicas traumáticas do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande. “Segundo a ocorrência policial registrada pela equipe de plantão médica do citado estabelecimento de saúde falta insumos básicos como gaze estéril, agentes anestésicos, compressas, agulhas para raquianestesia peri-dural, o que força o cancelamento de cirurgias”, confirma trecho de portaria.
Na portaria o promotor lembra que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas. “De outro lado, destacamos que a forma como o serviço vem sendo prestado viola o princípio da eficiência, previsto na Constituição Federal, indicando a necessidade de intervenção do Ministério Público”, confirmou.
O Ministério Público determinou ainda que seja designada data para a oitiva dos médicos noticiantes do fato que deu origem ao Boletim de Ocorrência. Além de designação de data para a oitiva do diretor clínico do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande. O promotor lembra ainda que em relação às condições estruturais já existe ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso.
Em nota a Secretaria de Comunicação Social de Várzea Grande afirmou que a direção do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande nega que exista falta dos materiais apontados na denúncia, sendo assim não existe suspensão da realização das cirurgias.
Pontuou ainda que o que atualmente vem ocorrendo na unidade seria alguns contratempos, devido, à reforma que está sendo executada por etapas, justamente para que não ocorra a suspensão do atendimento e prejudique a população de Várzea Grande. A meta é concluir a reforma de 100% da unidade de saúde até o final deste ano.
“A Prefeitura Municipal de Várzea Grande busca os meios legais e financeiros para atender as demandas da sociedade e espera que a partir das apurações do inquérito civil seja esclarecida a leviandade das denúncias”, confirma. Em fevereiro médicos já haviam registrado boletim sobre a falta de materiais na unidade de saúde.
Na ocasião os profissionais relataram que faltava até gaze. Entre os problemas elencados estavam a falta de medicamento e também equipamentos que estragam constantemente, atrapalhando a prestação adequada do serviço. À época a Secretaria de Saúde também afirmou que não existia falta de insumos.