GAZETA
Convênio com UFMT será investigado
quinta-feira, 06 de julho de 2017, 10h34
GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Federal (MPF) deverá investigar se a suposta organização criminosa que foi desmantelada na Operação Convescote utilizou o mesmo esquema empregado junto à Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe) em um convênio firmado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) com a Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Universidade Federal de
Mato Grosso (Uniselva).
A hipótese foi levantada após o depoimento de Luiz Bevenuti Castelo Branco de Oliveira, preso durante a investigação e colocado em liberdade após decisão da Justiça. O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) já solicitou à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, o compartilhamento das provas obtidas durante a investigação com o MPF.
Isso porque embora os recursos em tese desviados serem estaduais, a UFMT aparece como subscritora do convênio firmado. Oliveira acusou Marcos José da Silva de ficar com 75% dos valores pagos mensalmente, montante que era entregue em dinheiro, no gabinete ocupado por ele dentro do TCE.
Depois de alguns meses emitindo notas do convênio com a Faespe, Oliveira recebeu um pedido de Silva, para que passasse a emitir notas “também de prestação de serviços para a Uniselva e fizesse o mesmo retorno (...), o que foi feito”. Segundo Oliveira, a prática perdurou entre os meses de outubro de 2014 a dezembro de 2016.
Em outubro de 2015, ele recebeu uma ligação de Jocilene Rodrigues de Assunção, esposa de Marcos e também denunciada pelo Gaeco. Ele aceitou emprestar sua conta corrente para que ela recebesse recursos da Plante Vida. Os repasses ultrapassaram a casa dos R$ 360 mil, entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016.
Embora alegue não saber a razão das transferências, Oliveira disse que a Plante Vida prestava serviços para a Faespe nos convênios firmados com a Prefeitura de Rondonópolis. A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da UFMT, mas não recebeu nenhuma resposta até o fechamento desta edição.