Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

MP denuncia Zaqueu e mais 4 PMs

quarta-feira, 19 de julho de 2017, 11h20

FLÁVIA BORGES
DA REDAÇÃO

Os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco e Ronelson Barros, o tenente-coronel Januário Batista e o cabo da Polícia Militar Gerson Correa Junior foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por supostamente promoverem interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso. Os cinco vão responder pelos crimes de Ação Militar Ilícita, Falsificação de Documento, Falsidade Ideológica e Prevaricação, todos previstos na Legislação Militar.

Zaqueu é ex-comandante geral da Polícia Militar e foi preso em maio sob a acusação de ser o mandante de interceptações telefônicas clandestinas realizadas contra políticos, jornalistas, advogados, entre outras pessoas consideradas opositoras ao atual governo estadual. Também estão presos o coronel Lesco, que respondia pelo comando da Casa Militar, e seu adjunto, o coronel Ronelson Barros.

Os dois coronéis foram presos por suposto envolvimento no esquema de grampos clandestinos montado no Núcleo de Inteligência da Polícia Militar, denunciado em maio deste ano. Pelos mesmos motivos foram presos ainda o tenente-coronel Januário Batista e o cabo Gerson Correa.

O procurador-geral de Justiça, Mauro Benedito Pouso Curvo, destaca que a denúncia refere-se apenas aos delitos previstos na Legislação Militar, pois a representação feita pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que foi destaque na imprensa nacional, descreve a suposta participação de autoridade com foro perante o Superior Tribunal de Justiça, motivo pelo qual a investigação no tocante aos delitos não militares está na alçada de atribuição exclusiva do Ministério Público Federal.

Na denúncia sobre os grampos ilegais feita pelo promotor Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança Pública, aparece uma nota fiscal de pouco mais de R$ 20 mil em nome do coronel Lesco. A nota se refere a ‘módulo gsm’ no valor de R$ 15,7 mil, utilizado para fazer gravações, e um ‘servidor de aplicação’ no valor de R$ 8,5 mil, usado para armazenar escutas.

Na Casa Militar, Lesco era chefe do cabo da PM Gerson, que foi o autor dos pedidos à Justiça para incluir os números de telefone de jornalistas, médicos e advogados numa suposta investigação para apurar a participação de PMs no tráfico de drogas. Antes da Casa Militar, o coronel e o cabo trabalharam juntos no Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão ligado ao Ministério Público Estadual (MPE). Lesco foi diretor de Inteligência e Operações, enquanto Gerson era um dos responsáveis pelas escutas telefônicas. O MPE se recusou a informar durante qual período os dois policiais ficaram cedidos ao Gaeco.

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