Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

Justiça bloqueia bens de acusados

sexta-feira, 28 de julho de 2017, 10h09

DANTIELLE VENTURINI
DA REDAÇÃO

A ex-presidente da Associação de Amigos da Criança com Câncer (AACC) em Mato Grosso, Telen Aparecida da Costa, e mais 3 pessoas vão responder pelo desvio de mais de R$ 2 milhões da instituição durante a sua administração. A Justiça acatou pedido do Ministério Público do Estado e determinou o sequestro dos bens e bloqueio das contas bancárias no valor roubado.

Foram denunciados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa a ex-presidente, o marido dela, Willian César Batista de Jesus, sua mãe Edite Gonçalves de Arruda Costa, e também o contador Luciano Gledson Monteiro Catelan. O MPE havia pedido ainda a prisão preventiva de Telen e do marido, mas o pedido foi indeferido pela 7ª Vara Criminal.

O dinheiro que foi desviado seria usado para auxílio de crianças e adolescentes em tratamento contra câncer. Com 18 anos de existência, nos últimos 10 anos mais de 27 mil pessoas doentes foram atendidas pela instituição que atualmente atende 415 crianças e adolescentes com câncer de todo Estado.

A fraude foi descoberta em dezembro de 2015 e os envolvidos indiciados criminalmente em fevereiro de 2016. Durante 2016 e 2017, com as investigações, a instituição perdeu mais de R$ 2 milhões em convênios.

De acordo com a denúncia da 24ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá Especializada na Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária, no período dos desvios, foram realizadas diversas transferências bancárias de forma eletrônica, pela então presidente, que retirava dinheiro das contas da Associação e destinava os recursos para suas contas pessoais e de seus comparsas, bem como por intermédio de pagamentos, saques e compensações indevidas, sendo muitas dessas operações justificadas com documentos como extratos bancários, comprovantes e documentos de compensação falsificados ou inválidos.

Atual presidente da AACC, Claudemir Ferreira da Silva diz que por causa dos crimes da exdiretora, uma das maiores dificuldades da instituição foi resgatar a credibilidade. “Todo mundo só enxergava o que ela fez, e não o trabalho que a AACC consegue oferecer à sociedade”.

Segundo ele houve uma grande perda de doadores nesse período e a instituição teve muito sacrifício para conseguir cobrir suas despesas e manter a casa funcionando. Segundo ele, o esclarecimento de todos os fatos ocorridos e punição dos responsáveis é um divisor de águas para a instituição. “Com esse resultado a justiça vai penalizar os responsáveis”.

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