Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

DIÁRIO DE CUIABÁ

Orlando Perri manda investigar José Adolpho, da Casa Civil

quarta-feira, 30 de agosto de 2017, 10h09

PABLO RODRIGO
Da Reportagem

O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Orlando Perri, abriu inquérito civil para investigar mais um secretário de Estado por conta das interceptações telefônicas clandestinas em Mato Grosso, no âmbito da Polícia Militar e Civil. Desta vez, o atual secretário-chefe da Casa Civil José Adolpho é suspeito de ter fraudado o protocolo da Casa Civil, para impedir que a denúncia feita pelo secretário de Segurança da época, Mauro Zaque, chegasse até o gabinete do governador.

A decisão é por conta dos depoimentos que o Ministério Público Estadual (MPE) vem colhendo sobre o assunto. Em um dos depoimentos, uma das testemunhas confirmou aos promotores, que entregou o pedido de obras da Câmara Municipal de Juara, nas mãos de José Adolpho - que na época era adjunto da Casa Civil -, ainda no mês de setembro de 2015. Ou seja, 15 dias antes do documento ter sido protocolado e fraudado, no dia 14 de outubro do mesmo ano.

Caso o fato seja confirmado durante o inquérito, Adolpho poderá ser acusado de improbidade administrativa e falsidade ideológica. José Adolpho é o terceiro secretário de Estado investigado no caso do “Escândalo dos Grampos”. Além dele, o secretário de Segurança Pública Rogers Jarbas e o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Benedito Siqueira Júnior, já estão sendo investigados por Perri.

CGE - O depoimento esclarece o que o relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE), que determinou que a abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar o caso. No entanto, o relatório da CGE, aponta que o servidor Rosinaldo Nunes de Almeida, da Casa Civil, seria o responsável pelas alterações que fizeram com que a denúncia não chegasse ao gabinete do governador em 2015.

A denúncia assinada por Zaque foi protocolada no dia 14 de outubro de 2015 às 10h27 sob o ofício 3058/2015. Um minuto depois o documento foi tramitado da gerência de protocolo e postal da Casa Civil para o protocolo do Gabinete do Governador. A servidora Rosângela da Silva Oliveira foi quem iniciou o trâmite da denúncia na Gerência de Protocolo e Postal, da Casa Civil.

Porém, às 14:56:44h o trâmite para o Gabinete do Governador é cancelado e às 15:02:43h uma nova atualização no processo modifica sua descrição, o tipo de processo, o município de origem e o documento que estaria sendo protocolizado. Aqui surge o documento de Juara.

A própria servidora Rosângela foi quem também realizou o cancelamento do trâmite. O documento ainda solicita uma apuração sobre a responsabilidade do servidor, a realização de uma auditoria no sistema de protocolo e o encaminhamento do relatório ao Ministério Público Estadual (MPE).

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