GAZETA
Falta de água volta ser problema em Cuiabá
sexta-feira, 01 de setembro de 2017, 14h09
DANTIELLE VENTURINI
DA REDAÇÃO
Reclamações quanto à falta de água e de pouca pressão para encher as caixas que ficam em cima das casas voltam a ocorrer em alguns bairros da capital um mês após a nova concessionária assumir os serviços. Em bairros como o Jardim Presidente 1, Tijucal e Altos do Coxipó alguns moradores reclamam que, ao invés de melhorias, neste primeiro mês o que viram foi o serviço piorar. Alguns moradores já ficaram 5 dias seguidos sem abastecimento de água, que só voltou ontem às torneiras.
Neura Mariano de Souza, 65, afirma que sempre sofreu com a falta de água no bairro Jardim Presidente 1, onde mora há 15 anos, e onde o abastecimento nunca foi regular. Mas, mas segundo ela, o abastecimento acontecia dia sim, dia não. O problema é que nessa última semana não chegou água durante 5 dias e, quando veio, não teve pressão suficiente para abastecer a caixa de água. “Sempre tivemos problemas, somos abastecidos com caminhão pipa, mas agora ficamos 5 dias sem, aí chegou agora mas só um fio de água, não tem força para chegar até a caixa”.
Anisergio Duarte da Silva, 36, que há 3 meses tem uma oficina no bairro, reclama que a falta de água começou há cerca de 20 dias e tem atrapalhado o desenvolvimento dos trabalhos na empresa. “Não sei o que está acontecendo, mas não faltava água assim, agora, de uns 20 dias para cá, a falta é constante e quando vem não tem pressão”. Para conseguir cumprir com os compromissos ele precisou, por 3 vezes, comprar água.
“Fica difícil porque como é oficina a gente precisa da água, então, o jeito é se virar”. No bairro Tijucal, setor 1, onde o abastecimento era para ser diário, alguns moradores reclamam que ficaram sem água durante 2 dias, mas o principal problema, segundo eles, é que a água que tem chegado às residência do bairro também está sem pressão para o abastecimento das caixas d’água. Índio Paulo Gonçalves, 45, explica que tem uma bomba para levar a água até a caixa, mas que com a pouca água que chega, não tem sido suficiente, por isso precisou providenciar uma nova caixa d’água para ficar de reserva no fundo de sua casa.
“Nessa eu posso colocar a outra mangueira e esperar que encha, enquanto para encher a outra eu uso a bomba”. No bairro Altos do Coxipó, moradores também reclamam de problemas. Conforme eles, no bairro a água chegava dia sim, dia não. Agora muitas casas chegam a ficar de 2 a 3 dias sem abastecimento, especialmente aquelas que estão localizadas na parte mais alta do bairro.
Responsável aponta furto e intermitência
DA REDAÇÃO
Gerente comercial da Águas de Cuiabá, Cley Roberto Fernandes explicou que o problema na região do bairro Jardim Presidente, que há 8 meses era abastecido apenas com postos artesianos, e agora tem ligação na Estação de Tratamento e Água (ETA) Parque Cuiabá, não é quanto à falta de água e sim em relação a manobras para a intermitência.
Conforme ele, o bairro recebe água todos os dias, mas existe um período de horas durante as 24h do dia em que é feito uma intermitência para abastecer outras regiões. “Agora o abastecimento é feito com os postos artesianos, mas também com a ETA”. Segundo ele, foi levantado que alguns moradores possuem uma chave de manobra igual a da concessionária, e quando a manobra é feita para abastecer outras partes da região, essas pessoas vão até o local e “desfazem”.
“Já comunicamos a polícia sobre isso, para identificar essas pessoas e em breve esse problema será resolvido”. Ele afirma que a questão de intermitência na região também será sanada em breve já que a concessionária vai investir na ETA Parque Cuiabá que passará de 50 litros por segundo para 600 L/seg.
Em relação ao problema no Altos do Coxipó, diz que próximo ao bairro surgiu um “grilo” e que pessoas desse local estariam furtando água que abastece o bairro. “Isso também já estamos tomando as providências”. Quanto às reclamações do Tijucal, diz que tomou conhecimento pela reportagem, e que iria averiguar.
A nova empresa que assumiu o sistema de água e esgoto da Capital tem 18 meses para executar um Plano Emergencial de Investimentos na ordem de R$ 204 milhões. O prazo está estipulado no aditivo do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Estado, CAB Cuiabá S/A, CAB Ambiental S/A e a Prefeitura.
