DIÁRIO DE CIABÁ
Curvo diz que MPE contribuiu na delação de ex-governador
segunda-feira, 11 de setembro de 2017, 16h06
PABLO RODRIGO
Da Reportagem
O procurador-geral de Justiça (PGJ) Mauro Curvo, afirmou que o Ministério Público Estadual de Mato Grosso (MPE) tem uma "contribuição" importante nas delações do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), de seus familiares e do ex-chefe de gabinete Silvio César Corrêa. Curvo lembra que o MPE já estava agindo dentro da esfera da improbidade administrativa, que visa a recuperação de recursos, enquanto a esfera penal visa também a condenação e prisão dos acusados, além da recuperação de divisas.
"Assim que ele [Silval] saiu do governo, investigações que a gente já tinha sob o prisma da improbidade, elas pegaram o rumo da responsabilização criminal. Logo em seguida a saída dele do governo, houve prisão da mulher dele, que tinha sido secretária. Posteriormente teve operações contra ele e ele foi preso. Nós tomamos as providências, tanto que a população sabe disso, ele ficou quase dois anos presos", disse o chefe do Ministério Público.
"Essa delação do Silval, ela não veio depois que o Silval e esses outros secretários terem ido à igreja, conversado com o padre, conversado com o pastor e se arrependerem de ter desviado dinheiro público. Não foi assim, eles só confessaram depois que ficaram presos, por conta do trabalho do MP, que levantou as provas", complementa Curvo.
Quanto a possíveis ações na esfera estadual contra todos os citados nas delações, o procurador diz só pode continuar a agir contra investigados após o compartilhamento de provas e desmembramento das investigações. A instituição tem sido pressionada para afastar deputados, além do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB), flagrados em vídeo recebendo dinheiro de "mensalinho", do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
"Nada disso foi feito e enquanto não for feito nenhuma dessas providências, a gente não pode continuar a agir. E repito: continuar a agir. Porque essas pessoas que agora delatam, que entregaram vídeos, que entregaram outros esquemas, eles só o fizeram por conta do trabalho nosso", declarou.
Os inquéritos civis abertos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, estão sendo conduzidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolver personalidades com foro privilegiado. Curvo explicou que para o MPE atuar no campo da improbidade administrativa seria necessário o compartilhamento de provas. Já para a instituição agir no campo penal seria preciso o desmembramento das investigações.