Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

DIÁRIO DE CUIABÁ

Gaeco aponta Chico Lima como principal articulador do esquema

terça-feira, 26 de setembro de 2017, 11h07

Da Reportagem

Nas alegações finais apresentadas na ação penal relativa à Operação Seven, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) atribui ao procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, conhecido como Chico Lima, de ser o principal articulador de um esquema que gerou prejuízo de R$ 7 milhões aos cofres públicos.

De acordo com as investigações, o governo do Estado deu início a um processo administrativo para a aquisição de uma área de terra rural que seria acrescida ao Parque Estadual Águas do Cuiabá, localizado na região do Manso. O processo tramitou por vários órgãos públicos estaduais, como as secretarias estaduais de Meio Ambiente (Sema) e Administração, Casa Civil e no Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), onde foi avaliado tecnicamente por agentes públicos.

Ao final da tramitação do processo, foi realizado o pagamento da área no valor de R$ 7 milhões, embora as terras já pertencessem ao estado. “Infere-se que o principal operador do ato de corrupção que trata a presente ação penal foi o acusado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, que à época era procurador-geral do Estado”, diz um dos trechos.

De acordo com os promotores de Justiça, coube a Chico Lima a responsabilidade de identificar uma forma de desvio de dinheiro público e viu a oportunidade após descobrir o andamento do processo de compra do terreno junto aos órgãos do Estado. “Foi ele quem alertou o chefe da Casa Civil Pedro Jamil Nadaf acerca da existência do procedimento em trâmite perante à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para que daquele expediente se valesse o grupo criminoso para surrupiar os cofres públicos”, completa.

Nas alegações finais o Ministério Público ainda atribui a Chico Lima a intermediação junto ao Estado para obter o terreno pertencente ao seu cunhado, Filinto Correa, “apesar de ter dito defensivamente que isso não lhe trouxe qualquer benefício ou favorecimento”.

“Ao saber através do seu cunhado Filinto Correa da Costa que este propôs formalmente ao Estado, através da Sema, a expropriação de uma área de terras, o acusado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho imediatamente comunicou esse fato ao chefe da Casa Civil Pedro Nadaf, que por sua vez imediatamente comunicou o acusado Silval da Cunha Barbosa, governador do Estado à época dos fatos”, continuou. Desde então, o grupo político “trabalhou” para assegurar que a expropriação fosse realizada, uma vez que, poderia reverter em benefícios à equipe criminosa.(RC)

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