Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

Corrupção conduz MT ao caos, aponta jornal

segunda-feira, 02 de outubro de 2017, 10h56

GLAUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO

Reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo deste domingo (1º) relaciona os problemas na aplicação de políticas públicas com os escândalos de corrupção revelados após a delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Na matéria, o jornalista Fábio Maisonnave mostra a situação caótica do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), cujo orçamento mensal, de R$ 11 milhões, seria coberto por oito anos com o R$ 1 bilhão desviado dos cofres públicos.

Além do caos na Saúde, apontado pela reportagem como um dos reflexos da corrupção, a reportagem lista os problemas nas obras de mobilidade urbana em Cuiabá e Várzea Grande, realizadas para a Copa do Mundo de 2014, como frutos de falhas de gestão pública. Neste aspecto, o problema mais visível é formado por “quilômetros de trilhos abandonados do VLT, obra da Copa que já consumiu R$ 1,066 bilhão”.

Deste total, Silval admitiu que R$ 18 milhões foram arrecadados como propina e outros R$ 18 milhões chegaram a ser pedidos, mas a transação não chegou a ser concretizada. Um dos entrevistados pelo jornalista foi o procurador- geral de Justiça, Mauro Benedito Pouso Curvo. À publicação, ele salienta que o Estado vive hoje graves dificuldades. ‘Elas vêm da roubalheira, do endividamento das obras da matriz da Copa e da gestão.

Só não é pior porque, por mais que haja recessão econômica, a arrecadação total não cai por conta do agronegócio”. O procurador destaca que o Ministério Público Estadual (MP) está de mãos atadas uma vez que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, relator das investigações abertas com a delação de Silval, ainda não compartilhou o conteúdo da colaboração.

‘Se é pra jogar pra plateia, a gente podia ter pedido providências no dia seguinte ao vídeo. Só que lá na frente a gente pode ter isso que está aí enfraquecido por determinada situação”. Além dos problemas nos serviços públicos, a reportagem lista o volume de pessoas citadas ou flagradas como beneficiárias de propina, desde deputados da legislatura passada até cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT), afastados por decisão de Fux.

‘Mato Grosso está sendo passado a limpo’, diz Elda Mariza Valim Fim, da ONG Moral. ‘Até as pedras da calçada sabiam da aprovação de contas de corruptos pelo TCE e do recebimento de mensalinho pelos deputados”. Além da delação de Silval, Fux homologou acordos firmados pela esposa do político, Roseli de Fátima Meira Barbosa, pelo filho, Rodrigo Barbosa, pelo irmão, Antônio Barbosa, e pelo chefe de gabinete do político, Sílvio Cezar Corrêa Araújo, com a Procuradoria- Geral da República (PGR).

O afastamento dos conselheiros foi pedido pela PGR e deferido pelo magistrado que, no entanto, rejeitou afastar dos cargos os deputados flagrados enchendo bolsos, bolsas, caixas e malas com maços de dinheiro em espécie entre eles o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB). Todos negam as acusações.

Compartilhe nas redes sociais
facebook twitter
topo