Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

DIÁRIO DE CUIABÁ

MPE investiga novo caso da tenente Ledur

quinta-feira, 30 de novembro de 2017, 11h12

RAYANE ALVES
Da Reportagem

O segundo caso de tortura que supostamente foi cometido pela tenente Izadora Ledur passou a ser investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE). Desta vez, a vítima é o ex-aluno Maurício Santos, que participou do 15º curso de Formação do Corpo de Bombeiros há dois anos.

De acordo com o Tribunal de Justiça, o inquérito policial está nas mãos da juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane de Arruda, desde o começo do mês de outubro. Dias depois, o MPE, passou a investigar as possíveis práticas de tortura que foram denunciadas pelo ex-aluno do curso.

Em entrevista ao DIÁRIO, Maurício contou que já prestou seu primeiro depoimento ao delegado Juliano Silva de Carvalho, na sede da Gerência Estadual de Polinter, no último dia 11. “Eu vim a Cuiabá na tentativa de relatar todos os abusos que cometi, pois eu sofri muito nas mãos da tenente que acabou amarrando meu pescoço e depois desmaiei e afoguei. Tudo porque apresentei dificuldades nas provas aquáticas no penúltimo dia das provas, que foi aplicado pela tenente Ledur”, contou a vítima.

Conforme Maurício, ele só não sofreu mais ou morreu porque um dos colegas o ajudou na travessia da lagoa, no entanto, quando ele estava no meio do lago, a tenente o chamou e pegou a corda da boia que ele estava e enrolou no pescoço dele e nos braços para empurrá-lo para baixo da água até ele desmaiar.

Este é o segundo caso de denúncia contra a tenente na Justiça. O primeiro foi do ex-bombeiro Rodrigo Claro, de 21 anos, que acabou morrendo depois de participar do teste para formação do 16º Curso Soldado Bombeiro do Estado de Mato Grosso, realizado na Lagoa Trevisan.

Conforme o processo, nos dois casos, todos os responsáveis que foram citados na ação podem pegar até 14 anos de prisão. Porém, a pena pode ser aumentada ainda em até um terço. Além dessa pena, a tenente também pode perder o cargo público e ter a interdição para seu exercício, pelo dobro do prazo da pena a ser aplicada.

Rodrigo Claro – No caso que levou a morte do aluno, o MPE apontou que apesar de todas as dificuldades apresentadas pelo jovem os responsáveis pelo treinamento “não só ignoraram a situação como se utilizaram de métodos totalmente reprováveis, tanto pela corporação militar, quanto pela sociedade civil, para castigar os alunos do curso que estavam sob sua guarda”.

“Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso com diversas ofensas e xingamentos humilhantes à vítima menoscabando sua condição de aluno”, afirma um trecho da denúncia oferecida pelo órgão.

Audiência - A primeira audiência sobre o caso de Rodrigo foi marcada para o dia 26 de janeiro. Entre os réus estão: Marcelo Augusto Revéles Carvalho, Thales Emmanuel da Silva Pereira, Diones Nunes Sirqueira, Francisco Alves de Barros e Eneas de Oliveira Xavier.

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