Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

MP ainda vai ouvir 150 pessoas

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018, 12h45

GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO

Aproximadamente 150 pessoas deverão ser ouvidas pelos delegados e promotores responsáveis pela Operação Bereré nos próximos dias. O próximo passo da investigação, que apura o pagamento de propina em troca da manutenção de um contrato firmado pelo Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran), será questionar os beneficiários das dezenas de cheques e transferências bancárias feitas pelos sócios da empresa supostamente usada para lavar o dinheiro obtido com os repasses.

Coordenador do Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), o promotor de Justiça Antônio Sérgio Cordeiro Piedade destaca que nem todos aqueles que figuram como recebedores estejam envolvidos com o caso. “Neste grupo você pode ter pessoas de boa fé, que podem ter recebido dinheiro por meio de negociações lícitas, comprovadas, legítimas, legais, por prestação de serviços, sem saber da origem deste dinheiro. Não se pode dizer que estas 150 pessoas serão responsabilizadas”, pontua o promotor, que prevê um trabalho
longo pela frente.

Conforme o promotor, à frente do caso desde a homologação do acordo de colaboração do ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, o Dóia, a investigação demandou uma série de ferramentas, empregadas na descoberta dos três núcleos do esquema. “Uma investigação deste tamanho, desta magnitude, demanda muito e a gente teve o cuidado, todo o tempo, de fazer uma investigação realmente com sigilo. Uma das técnicas foi o de buscar o caminho do dinheiro, que demonstram como o dinheiro saiu, de onde saiu, quem foram os beneficiários, quais foram as empresas de fachada”, ressalta, ao tratar do trabalho desenvolvido pelo Naco, em conjunto com Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e a Delegacia Especializada de Combate a Crime Fazendários (Defaz).

Piedade pondera que a intenção do grupo que cuida da investigação é a conclusão dos trabalhos, mas não descarta a ampliação da investigação após a análise das provas e de eventuais informações trazidas com os depoimentos. “Queremos fechar isso, oferecer denúncia e dependendo das investigações isso amplia o espectro, o alcance das investigações”. O acordo de colaboração de Dóia com as autoridades foi concluído no final de 2015, mas a confirmação de que havia sido homologado pela Justiça só se tornou pública em meados do ano seguinte. Desde então, tanto o Ministério Público Estadual, quanto a Polícia Civil, estão trabalhando para confirmar, ou não, as informações trazidas pelo ex-presidente do Detran quando negociava o acordo. O termo de colaboração, inclusive, segue mantido sob sigilo, atendendo a determinação da Justiça.

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