Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

DIÁRIO DE CUIABÁ

MP firma TAC com construtora para recuperar nascente

quarta-feira, 18 de abril de 2018, 14h16

Da Reportagem

O Ministério Público Estadual, por meio da 17ª Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística e do Patrimônio Cultural de Cuiabá, firmou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a empresa Guaná Construtora e Incorporadora Ltda, para recuperar área de preservação permanente onde está a nascente do córrego Gumitá, localizado no Centro Político Administrativo.

De acordo com o MPE, o córrego Gumitá nasce no terreno de propriedade da empresa Guaná, onde, conforme levantamento feito pelo projeto Água para o Futuro, existem outras nascentes. Investigações realizadas na área constaram, ainda, que a nascente do córrego recebe lançamento irregular de efluentes, oriundos da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Hospital de Câncer de Cuiabá, o que é objeto de outro inquérito civil.

Conforme o promotor de Justiça, Gerson Barbosa, "a atuação do MP, por intermédio do projeto Água para o Futuro, possibilitou salvar três nascentes, com potencial de fornecer, aproximadamente, 200 mil litros de água por dia. O volume de água fornecido pelas nascentes permite abastecer mais de mil pessoas por dia. Foi um trabalho difícil, pois houve, inclusive, uma tentativa, por renomados técnicos, contratados pela empresa, de refutar a existência das nascentes, que, por outro lado, constavam de estudos apresentados anteriormente ao Município de Cuiabá (Projeto Gumitá)".

Laudo pericial emitido por especialistas do MPE mostra que o local sofreu intervenções antrópicas, dentre as quais destaca-se o desmatamento das áreas de preservação permanente e aterramentos da nascente do córrego. Além disso, estudos apontaram a possibilidade da área já ter sido explorada por atividade garimpeira. No TAC, a empresa se comprometeu em apresentar ao MPE, no prazo máximo de 90 dias, para análise prévia dos técnicos do projeto Água para o Futuro, Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD), das áreas de preservação permanentes situadas dentro do terreno da construtora.

Em todo o perímetro do APP deverão ser fixadas placas indicando a obrigação de conservar e preservar a área, bem como as sanções aplicáveis aos seus degradadores. De acordo com o promotor de Justiça, no TAC ficou estabelecido, ainda, que a empresa Guaná deverá arcar com o pagamento de medidas compensatórias, em valor arbitrado pelo presidente do inquérito civil. O valor será aplicado em projeto ambiental executado em Cuiabá.

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