Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Mauro Curvo rebate críticas de deputados denunciados

segunda-feira, 21 de maio de 2018, 11h32

Da Reportagem

O chefe do Ministério Público em Mato Grosso, procurador Mauro Curvo, rebateu ontem críticas de deputados que foram incluídos em uma lista de 58 pessoas denunciadas criminalmente por supostamente estarem envolvidas com o esquema de fraudes e propina descoberto no âmbito do Detran-MT, pela Operação Bereré. 

Em entrevista à rádio Capital FM, na manhã de ontem, sexta-feira (18), Curvo afirmou que nenhum dos nomes foi denunciado sem que houvesse o mínimo de elementos na investigação que corre no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). 

“Não só coloca sob suspeita [os deputados], como já foi oferecida uma denúncia. Já foi analisada a situação, já foi verificado que houve desvio desse dinheiro, já foi verificado até que esse dinheiro passou na conta de um parlamentar. Essa investigação já aconteceu, a ponto de embasar uma denúncia. Ninguém é denunciado sem que haja elementos mínimos que apontem para participação dessa pessoa”, afirmou. 

Entre os deputados que criticaram está o líder do Governo na Assembleia Legislativa, Wilson Santos (PSDB), que classificou a denúncia contra ele de “irrelevante” e “leviana” e afirmou que irá acionar órgão na Justiça por danos morais. 

Na investigação da Operação Bereré, o Ministério Público afirmou que Wilson e os colegas de Parlamento Baiano Filho (PSDB), José Domingos (PSD), Romoaldo Júnior (MDB) e Nininho (PSD) receberam um total de R$ 186,6 mil em propina para não fiscalizar o contrato milionário da empresa EIG Mercados com o Detran. 

“É bom esclarecer que o Ministério Público não investiga pessoas, não persegue quem quer que seja e não protege quem quer que seja. O MPE investiga fatos. E na investigação desse fato, desse contrato no Detran, foi verificado um desvio de quase R$ 30 milhões ao longo de sua execução que beneficiou várias pessoas”, disse Curvo. 

“Então, essas pessoas, dentre elas os deputados, foram denunciados porque havia elementos que levaram os colegas a oferecer a denúncia, a entender que essas pessoas estavam envolvidas na prática criminosa. A gente sabe que ninguém gosta de ser investigado, muito menos denunciado. Aí, essas pessoas, quando são denunciadas, reclamam”, afirmou. 

Por fim, o procurador ressaltou que os denunciados terão a oportunidade de se defender e poderão, inclusive, serem inocentadas. 

“O fato de alguém ser denunciado não significa que essa pessoa, necessariamente, seja culpada. Significa que os colegas que ofereceram a denúncia viram que existem elementos, existem provas, que demonstram, a princípio, o envolvimento na prática criminosa. Mas isso vai ser apurado”, completou.
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