GAZETA
Penas chegam a 182 anos de prisão após mais 2 júris
sexta-feira, 15 de junho de 2018, 11h46
DANTIELLE VENTURINI
DA REDAÇÃO
Serial killer mato-grossense, Cláudio de Souza, conhecido como “Maníaco da Lanterna”, foi condenado a mais de 60 anos de prisão pelos assassinatos de Geyle Cristina da Silva Vieira, em 2004, e Maria Célia da Silva Santos, em 2005, em Alta Floresta (803 km ao norte de Cuiabá). Somando as penas, ele já acumula 182 anos de prisão. O último julgamento ocorreu na terça feira (12) e foi referente ao crime contra Maria Célia. Foi considerado culpado e condenado a 30 anos de reclusão, em regime fechado, pela prática do delito de homicídio duplamente qualificado. Na sentença o juiz chama Cláudio de “assassino contumaz” e cita que ele jamais terá condições de conviver em sociedade, já que “arrependimento” é uma palavra que ele desconhece.
Pela morte de Geyle Cristina, ele foi condenado a 32 anos e 6 meses de reclusão, em regime fechado, no júri realizado no dia 25 do mês passado. No julgamento desta semana, o juiz Roger Augusto Bim Donega destacou na sentença que Cláudio é um criminoso contumaz, serial killer, “que disseminou o terror, o medo, o ódio, o pavor em seus habitantes até que fosse preso, e, após fuga ainda continuou a cometer tantos outros delitos quanto pode até ser novamente encarcerado o que por óbvio não lhe favorece qualquer redução de pena”. Para proferir a sentença, o juiz ainda lembrou que o réu é um “psicopata” que jamais terá condições de conviver em sociedade e deve ficar isolado, pois sua mente não funciona como as demais.
O magistrado ainda falou sobre a frieza de Cláudio e a falta de sentimentos. “(...) arrependimento não existe em seu vocabulário, é completamente desprovido de sentimento moral e consciência comum, não nutre amor por quem quer seja, funciona como uma máquina de matar na forma humana”. Destacou também que o réu é dissimulado para tentar obter benefícios legais, e que a falta de consciência e de medo que tornam pessoas como ele potencialmente perigosas e ardilosas, que jamais devem ficar livres sob pena de quem os soltar ser igualmente responsável por novas vítimas. “(...) pois não há cura, não há arrependimento, não há ressocialização, o que há realmente é pura dissimulação para obtenção de benefícios legais”. Em 2016 a defesa de Cláudio pediu que ele cumprisse o resto da pena em casa com o uso de tornozeleira, pois ele estaria “muito doente” e precisaria de tratamento.
Histórico - Após a prática de uma série de crimes Cláudio de Souza foi preso, pela primeira vez, em 2002 e, ao ser interrogado ele confessou a prática de 9 mortes e duas tentativas de homicídio. Cerca de 8 meses após ser preso, o réu fugiu da Cadeia Pública de Alta Floresta, junto com mais 9 detentos, ocasião em que continuou pela cidade de Alta Floresta e voltou a fazer novas vítimas, entre elas Geyle Cristina e Maria Célia. Em 2008 ele foi recapturado e está preso desde então no Presídio Ferrugem, em Sinop. O “Maníaco da Lanterna” tinha como prática atacar pessoas em locais ermos, matar os homens e estuprar as mulheres antes de assassiná -las. Ganhou o apelido porque iluminava o rosto de suas vítimas, a quem chamava de “porcas”.