Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

PMs são condenados por chacina

sexta-feira, 05 de julho de 2019, 10h13

NATÁLIA ARAÚJO
DA REDAÇÃO

Justiça condena mais dois réus da operação Mercenários a 75 anos de reclusão, cada um. José Edmilson Pires dos Santos e o policial militar Helbert de França Silva foram julgados pelas mortes de Márcio Melo de Souza, Vinícius Silva Miranda e Wellington Ormond Pereira e a tentativa de assassinato de Alan Chagas da Silva. Também foi  julgado o militar Jonathan Teodoro de Carvalho que foi absolvido. Conforme o processo, Márcio, Wellington e Vinicius foram mortos em abril de 2016, por volta das 22h20, na Cohab Cristo Rei, em Várzea Grande. Alan também foi atingido, mas sobreviveu.

Mesmo ferido conseguiu pular o muro da residência e fugir. O crime ficou conhecido como Chacina do Cristo Rei. De acordo com o Ministério Público do Estado (MPE), os acusados foram juntos até o local do crime, em um veículo. Quando chegaram, já desceram atirando contra os rapazes. No julgamento iniciado na terça-feira (02) e finalizado na quarta-feira (03), a defesa dos acusados sustentou a tese de negativa de autoria para os crimes. Entretanto, José Edmilson e Helbert foram condenados por 3 homicídios qualificados consumados e uma tentativa, por motivo torpe e pela prática que dificulta ou torne impossível a defesa do ofendido. Houve também aumento de pena porque os crimes foram cometidos com interesse financeiro. Helbert deve ainda perder o cargo de militar. O júri há havia sido marcado, anteriormente, para o mês de abril, mas foi redesignado para julho.

O grupo - Os Mercenários era um grupo formado por policiais militares, ex-policiais, seguranças, pistoleiros e agenciadores que foi desmantelado em uma operação realizada em 2016 e 2017. A acusação atribuída ao grupo é que os envolvidos se associaram mediante estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais.Segundo as investigações, os integrantes possuíam todo um aparato para cometer crimes,  como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros, além de veículos com placas frias. Os militares Helbert e Jonathan respondem a processo demissório que está na fase de instrução. Os dois estão presos no Presídio Militar de Santo Antônio do Leverger (34 km ao sul de Cuiabá).

Condenados - Os réus José Edmilson e Helbert já haviam sido condenados há 30 anos, no julgamento ocorrido no mês passado pela morte de Luciano Militão da Silva e a tentativa de homicídio contra Célia Regina da Silva. Conforme a denúncia do MPE, o crime aconteceu em abril de 2016, quando o casal estava chegando em casa. Luciano e Célia voltavam de uma festa quando foram atacados em frente à residência em que moravam. Eles foram atingidos quando tentavam abrir o portão.

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