Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

MPE denuncia 2 ex-secretários

segunda-feira, 16 de setembro de 2019, 14h17

PABLO RODRIGO
DA REDAÇÃO

O Ministério Público de Mato Grosso ingressou com duas ações ligadas indiretamente à grampolândia pantaneira e denunciou os ex-secretários da Casa Civil, Paulo Taques, e de Segurança Pública, Rogers Jarbas. A duas ações foram apresentadas nesta sexta-feira (13) e assinadas pelo promotor de Justiça Reinaldo Rodrigues de Oliveira Filho. Na primeira ação de improbidade administrativa, o MP pede a condenação de Paulo Taques e da delegada Alana Cardoso, por atos de violação dos princípios da  dministração pública cometidos em 2015. Nessa ação, o MP decidiu excluir a delegada Alessandra Saturnino, que estava sendo investigada no mesmo inquérito e teve a sua conduta desmembrada para um novo inquérito no Ministério Público.

Conforme a denúncia, o ex-secretário pediu para que fossem realizadas interceptações de comunicações telefônicas com objetivos não autorizados em lei. Ele pediu para investigar Tatiane Sangalli Padilha e Caroline Mariano, levadas a efeito no bojo das Operações Forti/Pequi e Querubim. Diante da situação, segundo a denúncia, Paulo Taques se valeu do prestígio que ocupava e comunicou falsamente ao então secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, de que o governador à época corria risco de morte. “Para comprovar suas alegações, o denunciado apresentou uma folha A4 contendo supostas conversas telefônicas interceptadas fora do padrão costumeiramente utilizado pelos órgãos de investigação oficiais denotando que duas mulheres tramariam algo contra ele e o então governador Pedro Taques”, diz um trecho do documento.

Nas conversas interceptadas em 2014, Tatiane referia-se a Caroline como “amiguinha” e esta, por sua vez, dirigia-se a Tatiane como “loura”; daí os apelidos ”Dama Loura“ e “amiguinha”, que foram inseridos na Operação Forti. A delegada Alessandra Saturnino e então secretário-adjunto de Segurança Pública, Fábio Galindo, se reuniram com Taques, que apresentou três folhas de supostas ameaças ao governo. E então as informações foram repassadas à delegada de Polícia Civil Alana Darlene Cardoso, que comandava à época a Operação Forti. O MPE aponta que, no anseio e propulsão de resguardar a integridade de agentes políticos do alto escalão, a delegada valeuse de meios ilícitos, caracterizadores de atos de improbidade administrativa, para promover a investigação.

A primeira irregularidade praticada, segundo o Ministério Público, foi a inclusão de terminais telefônicos apresentados pelo então secretário no pedido de prorrogação de interceptações telefônicas da Operação Forti, que apurava a participação de pessoas vinculadas a organizações criminosas atuantes nos presídios da Capital. O Ministério Público sustenta que a delegada agiu com desvio de finalidade ao investigar ameaças a agentes políticos em procedimento criminal que apurava pessoas vinculadas às organizações criminosas conhecidas como Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho. A Promotoria de Justiça argumenta ainda que a requerida induziu a erro o Ministério Público e o Poder Judiciário, os quais manifestaram e determinaram o deferimento ilegal do pleito. Também pesa contra a delegada a ausência de publicidade e transparência do pedido de interceptação telefônica.

 

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