GAZETA
MP denuncia acusado de infectar 6 mulheres
segunda-feira, 07 de outubro de 2019, 11h05
ALINE ALMEIDA
DA REDAÇÃO
Caminhoneiro Haroldo Duarte da Silveira, 32, acusado de transmitir propositalmente o vírus HIV (Síndrome da imunodeficiência adquirida) para 6 mulheres, foi denunciado por tentativa de feminicídio. No dia 25 de setembro, o Ministério Público ofereceu a primeira denúncia contra o caminhoneiro. As representações em relação a cada vítima serão apresentadas separadamente. Outros inquéritos encaminhados ao órgão ministerial também estão na fase de oferecimento da denúncia. Haroldo foi preso no dia 29 de agosto após trabalho investigativo da Polícia Civil. Ele é acusado de infectar, intencionalmente, suas companheiras com o vírus HIV. O caso chegou à Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cuiabá no mês de junho, depois que uma das vítimas de Haroldo descobriu que havia sido contaminada por ele.
A mulher alega que teve a percepção que o contágio foi intencional pois ele sabia que era portador do vírus e não revelava às companheiras, não fazia uso de preservativos e continuava a fazer novas vítimas. Uma das companheiras destacou, em depoimento, que Haroldo sabia que era portador da doença há mais de 10 anos. Após suspeitarem que haviam contraído a doença as mulheres indagavam o ex-companheiro, mas ele negava ser portador e ainda responsabilizava as vítimas por terem contraído a doença com outros parceiros. Delegada responsável pelo caso, Nubya Beatriz Gomes dos Reis destacou que o homem agiu com dolo na modalidade eventual, pois assumiu o risco de contaminar suas parceiras com doença que se não detectada e tratada poderia levá-las à morte.
A delegada ressalta que o vírus HIV é de conhecimento de qualquer homem médio que trata-se de uma doença que pode levar ao óbito, sendo assim, em seu entendimento, torna-se claro que ele assumiu o risco de levar todas as companheiras ao óbito. Em depoimento, Haroldo confessou o crime. No cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de acusado, investigadores localizaram medicamentos usados no tratamento da doença, que sempre foi negada às parceiras. Exames laboratoriais das vítimas e do suspeito comprovaram que haviam sido contaminadas. A investigação prossegue, pois a Polícia Civil acredita que ainda podem surgir outras vítimas de Haroldo, apontado como um homem frio e que tinha como objetivo infectar o maior número de mulheres possível, sem remorso.