GAZETA
Cinco militares vão a julgamento
quarta-feira, 06 de novembro de 2019, 12h29
PABLO RODRIGO
DA REDAÇÃO
Está marcado para iniciar nesta quarta-feira (6) o primeiro julgamento de uma ação advinda da grampolândia pantaneira envolvendo réus militares. Os coronéis da Polícia Militar Zaqueu Barbosa (ex-comandante geral da PM), Evandro Alexandre Ferraz Lesco (exchefe da casa Militar), Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista e o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, serão julgados na 11º Vara Militar de Cuiabá pelo Conselho de Sentença formado por 4 coronéis da reserva remunerada da PM. São eles, Elierson Metello de Siqueira, Valdemir Benedito Barbosa, Luiz Cláudio Monteiro da Silva e Renato Antunes da Silveira Júnior - além do juiz Marcos Faleiros. A previsão é que o julgamento ocorra até a próxima sexta-feira (8).
Porém, no início do júri, o magistrado deverá deliberar juntamente com o Conselho de Sentença os pedidos do Ministério Público de Mato Grosso, que solicitou anexar os 4 procedimentos investigatórios do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal. Caso seja aceito o pedido, o julgamento será adiado, já que será necessário abertura de prazo para manifestação de todos os réus. Os 5 militares se tornaram réus no caso dos grampos ilegais, após o Tribunal de Justiça de Mato Grosso aceitar a denúncia protocolada pelo Ministério Público do Estado, em setembro do ano passado. O MP pede a condenação de Zaqueu Barbosa pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica e realização de operação militar sem ordem superior.
A condenação pode chegar a até 23 anos de prisão. O promotor de Justiça, Allan Sidney do Ó Souza, também pediu a condenação do cabo Gerson Corrêa por falsificação de documento público e falsidade ideológica, cuja pena pode chegar até 18 anos de prisão, devido a continuidade delitiva. No caso de Evandro Lesco, foi solicitada a condenação pelo crime de realização de operação militar sem ordem superior, que prevê de 3 a 5 anos de prisão. Em relação aos acusados Ronelson Jorge de Barros e Januário Batista, o Ministério Público se posicionou pela absolvição. Porém, as defesas de Zaqueu, Lesco e Gerson Corrêa solicitaram, em suas alegações finais, o benefício da chamada delação unilateral, quando o réu decide colaborar com a justiça sem ter firmado acordo de colaboração premiada.
Os três pedem a absolvição no caso. Já o Ministério Público se manifestou contrário aos pedidos de absolvição e perdão judicial Os grampos As escutas telefônicas clandestinas eram realizadas na modalidade ‘barriga de aluguel’, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Em momento posterior, durante depoimento, o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa confessou crimes, detalhou sua participação no esquema e afirmou que o principal beneficiado era o governador Pedro Taques.