Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GAZETA

3 ‘Mercenários’ são condenadospor júri popular

quinta-feira, 28 de novembro de 2019, 10h39

ALINE ALMEIDA
DA REDAÇÃO

Tribunal do Júri de Cuiabá condenou três réus da operação Mercenários pela morte de Rodrigo Fernando de Arruda, em março de 2016. O júri foi realizado nos dias 25 e 26 de março, no Fórum de Cuiabá, sendo ouvidas 14 testemunhas e os réus. José Edimilson Pires dos Santos, Ueliton Lopes Rodrigues (ex-militar) e José Francisco Carvalho  Pereira foram condenados pelo crime e Claudiomar Garcia de Carvalho foi absolvido. As penas somam quase 40 anos de prisão. No caso de José Francisco, foi imposta a pena de 24 anos de reclusão em regime fechado pelo crime de homicídio. José Edimilson também foi sentenciado pelo crime de homicídio com imposição de 10 anos e 6 meses. Ueliton Lopes recebeu pena de 5 anos e 3 meses pelo crime de associação criminosa e foi absolvido por homicídio. Claudiomar, que respondia por homicídio, foi absolvido.

“Ratifico a prisão preventiva de José Edimilson e José Francisco e nego apelo em liberdade. Já em relação a Ueliton e Claudiomar revogo a prisão e concedo o apelo em  liberdade. Expeça-se o alvará de soltura cumprindo se por outro motivo não estiverem presos”, confirma o juiz Flávio Miraglia. Outro réu a responder pela morte de Rodrigo é o ex-policial Helbert de França Silva. No entanto, o julgamento dele deve ocorrer em outro momento, com data ainda não marcada. Isso porque Helbert fugiu do batalhão da Rotam no dia 6 de outubro e só foi recapturado um mês depois, em São Paulo. Após a prisão, o Ministério Público do Estado solicitou a transferência do acusado para uma Penitenciária Federal de Segurança Máxima e que não retorne a Mato Grosso.

“Em decorrência, a fim de se evitar prejuízo aos demais réus que se encontram presos preventivamente, determino, excepcionalmente, o desmembramento do julgamento no tocante ao acusado Helbert de França Silva, ato que será redesignado oportunamente, após decisão a ser proferida no incidente de transferência de preso acima reportado”, destaca decisão da Justiça. Crime
Rodrigo Fernandes de Arruda, conhecido como “Digão”, foi assinado no dia 13 de março no bairro da Manga, em Várzea Grande. A vítima, conhecida como traficante da região, foi morta em frente a sua residência. Digão foi surpreendido por dois homens em um carro de passeio que chegaram efetuando os disparos e logo em seguida fugiram do local. Rodrigo é uma das vítimas do grupo de extermínio que agia em Várzea Grande.

A desarticulação do grupo começou em abril de 2016 quando foi deflagrada a 1ª fase da operação Mercenários. Hoje já somam três fases. A organização criminosa era composta por policiais militares, vigilantes e comerciantes, responsável por pelo menos 40% dos homicídios praticados em Várzea Grande. Outros julgados Com a sentença desta semana, sobe para 7 o número de acusados de integrarem o grupo de extermínio que já foram condenados em júris populares por homicídios. São mais de 20 acusados.O policial Helbert de França e José EdImilson Pires dos Santos, considerados os “cabeças” do grupo, já possuem penas que ultrapassam os 100 anos de prisão. Helbert, além do júri desta semana, também já teve adiado outro julgamento, que estava marcado no período que estava foragido. Desta forma, soma hoje 105 anos de prisão.

As penas de José Edmilson sobem para 115 anos e 6 meses de prisão com o júri desta semana. O vigilante José Francisco Carvalho Pereira, o Ceará”, já tinha sido condenado a 10 anos e 8 meses de prisão a ser cumprida em regime fechado, pela morte de C.E.M.A., em 26 de fevereiro de 2016 na Cohab 8 de Março, em Várzea Grande. Com isso, suas penas chegam a 34 anos e 8 meses de prisão No mesmo júri foram condenados o também vigilante Francisnilson Deivison do Carmo Tavares e o segurança Deivison Soares do Amarante, a 8 anos de prisão, cada um. Apesar de absolvido no júri desta semana, Claudiomar Garcia de Carvalho foi condenado, em agosto, a 22 anos e 6 meses de prisão em regime fechado, pela morte do promotor de festas Gustavo dos Anjos da Silva, assassinado a tiros em abril de 2016.

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