Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

WFP: 80 milhões de crianças passam a receber refeições escolares em 4 anos

sexta-feira, 12 de setembro de 2025, 12h41

O Programa Mundial de Alimentos (WFP) lançou nesta quarta (10) o relatório O Estado da Alimentação Escolar no Mundo, destacando uma expansão sem precedentes dos programas nacionais de alimentação escolar.

 

Cerca de 466 milhões de crianças em todo o mundo estão recebendo refeições escolares, um aumento de quase 80 milhões em apenas quatro anos.

 

 

Legenda: Novo relatório do WFP, lançado em 10 de setembro de 2025, mostra um aumento de 20% em apenas quatro anos no número de crianças que recebem refeições na escola por meio de programas nacionais; os governos nacionais estão liderando a expansão global, priorizando o bem-estar das crianças. Foto: © WFP/Paula Brant.
 
 

Quase 80 milhões de crianças a mais estão recebendo refeições escolares por meio de programas liderados por governos em comparação com 2020 — um aumento de 20%, que eleva o total global para cerca de 466 milhões de crianças, de acordo com a última edição do relatório bienal O Estado da Alimentação Escolar no Mundo, divulgado nesta quarta-feira (10/09) pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP).

 

De acordo com o WFP, essa conquista reflete o compromisso crescente dos governos, que mantiveram e ampliaram seus programas mesmo durante a pandemia da COVID-19 e em meio às atuais incertezas econômicas globais. 

 

“As refeições escolares oferecem muito mais que um prato de comida; elas representam uma porta de entrada para a educação, saúde e oportunidades futuras”, afirmou a diretora executiva do WFP, Cindy McCain. 

 

O relatório ressalta que os avanços foram especialmente expressivos em países de baixa renda, que registraram um crescimento de quase 60% na cobertura dos programas nos últimos dois anos. 

 

A África foi o continente que mais avançou, adicionando 20 milhões de crianças atendidas. Países como Etiópia, Quênia, Madagascar e Ruanda ampliaram seus programas entre 1,5 e 6 vezes no período. 

 

Outro marco é o surgimento de novos programas nacionais em países como Canadá, Indonésia e Ucrânia, além de iniciativas-piloto em nações de alta renda, como a Dinamarca. Com isso, a alimentação escolar se consolida como política pública não apenas em países em desenvolvimento, mas também em economias avançadas que reconhecem seu papel no bem-estar infantil e no fortalecimento dos sistemas alimentares.

 

O relatório também evidencia que a maior parte do financiamento para esses programas vem de recursos domésticos: 99% dos US$ 84 bilhões anuais aplicados mundialmente são investidos pelos próprios governos. Ainda assim, subsiste um desafio: metade das crianças em idade primária que ainda não recebem refeições escolares estão em países de baixa renda, onde a cobertura média é de apenas 27%. 

 

A publicação destaca ainda o papel da Coalizão de Alimentação Escolar, criada em 2021 e que hoje reúne 108 países, 144 parceiros e seis organismos regionais. Segundo o WFP, quase dois terços da expansão recente se devem a compromissos assumidos por membros da coalizão, que têm impulsionado políticas públicas integradas em educação, saúde, agricultura e proteção social.

 

Além de combater a fome e melhorar a nutrição, os programas geram impactos positivos em diversos setores: ampliam a frequência escolar, criam empregos (cerca de 1.500 por cada 100 mil crianças atendidas) e estimulam economias locais ao comprar alimentos de pequenos produtores. 

 

Evidências apontam que, para cada dólar investido, o retorno em benefícios sociais e econômicos pode variar entre US$ 3 e US$ 9.

 

Apesar dos progressos, o WFP alerta que os cortes previstos na assistência oficial ao desenvolvimento podem ameaçar o ritmo da expansão, especialmente nos contextos mais frágeis. O relatório reforça o apelo para que governos e parceiros mantenham os esforços, garantindo que todas as crianças, em qualquer lugar do mundo, tenham acesso a uma refeição saudável na escola — condição essencial para um futuro mais justo e sustentável. 

 

Para saber mais, siga @WFPBrasil nas redes e acesse o relatório completo (em inglês): https://www.wfp.org/publications/state-school-feeding-worldwide 

 

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