Círculo restaurativo acolhe migrantes residentes na cidade de Porto Alegre

Quando falamos em Justiça Restaurativa, pensamos em tratamento adequado de conflitos. Mas a filosofia vai além disso. Está voltada para a mudança de paradigmas de convívio social, através da reflexão, do diálogo e da construção de novas atitudes. É o que ocorre com os círculos restaurativos que o CEJUSC Porto Alegre - Justiça Restaurativa (JR) está desenvolvendo com migrantes de várias nacionalidades residentes em Porto Alegre.

O projeto teve início antes da pandemia, mas precisou ser interrompido durante aquele período. Na semana passada ele foi retomado. Oito haitianos foram convidados pela Associação do Voluntariado e da Solidariedade (Avesol), entidade sem fins lucrativos voltada à educação popular, desenvolvendo trabalhos na área de economia solidária, voluntariado, direitos humanos e assessoramento. O objetivo do trabalho é proporcionar um espaço de diálogo e acolhimento aos participantes.

O círculo foi facilitado pelo Juiz Coordenador do CEJUSC-POA-JR, Fábio Vieira Heerdt, e pela servidora Dionara Oliver Albuquerque, que atua na mesma unidade. "A nossa ideia é trabalhar o viés da Justiça Restaurativa, que é contemplar as demandas que digam respeito aos direitos fundamentais. Os migrantes, especialmente do Haiti, Venezuela, Cuba, vêm experimentando situações de xenofobia, saudade dos parentes, dificuldades com a língua portuguesa, dificuldades para regularização de documentos e para conseguir emprego. Achamos que, na perspectiva de dar suporte e acolhimento, seria interessante proporcionar esta escuta", conta o magistrado. "Foi um desafio, mas foi bem interessante. Pretendemos ampliar esses círculos nos próximos meses", acrescentou.

O próximo encontro está programado para ocorrer no final do mês de maio.

Fonte: TJRS