Desigualdade no recesso escolar aprofunda abismo educacional no Brasil
quinta-feira, 24 de julho de 2025, 14h39
Com a chegada das férias escolares, aumenta a disparidade no acesso de crianças e adolescentes a atividades educativas, culturais e esportivas. De acordo com o estudo “Cada Hora Importa”, realizado pelo Itaú Social em parceria com o Plano CDE, crianças de famílias com maior renda podem somar até 2.232 horas adicionais de aprendizado apenas durante o recesso escolar — número que salta para mais de 7 mil horas ao longo de todo o Ensino Fundamental, em comparação às que vivem em situação de vulnerabilidade.
O levantamento mostra que esse tempo fora da sala de aula, quando bem aproveitado, contribui significativamente para o desenvolvimento cognitivo e emocional. No entanto, o acesso a cursos, viagens, colônias de férias e programações culturais ainda é privilégio de quem tem maior poder aquisitivo. Já entre as famílias de baixa renda, o recesso escolar costuma ser marcado por limitações de tempo, recursos e acesso a atividades gratuitas. “O tempo fora da escola representa uma oportunidade valiosa para que crianças e adolescentes pratiquem atividades esportivas, musicais e literárias... No entanto, o acesso a essas atividades ainda é marcado por desigualdades”, afirma Juliana Yade, coordenadora de Educação Infantil do Itaú Social.