Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Maior ataque hacker do país foi feito a partir de quarto de hotel em Brasília, próximo ao Alvorada

quinta-feira, 30 de outubro de 2025, 13h49

PF cumpriu 26 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão no DF e em seis estados nesta quinta. Grupo é suspeito de desviar R$ 800 milhões de empresas ligadas ao PIX.

 

Por Fábio Amato, TV Globo — Brasília

 

 

 

ataque hacker que causou o maior prejuízo já registrado pelo sistema financeiro nacional foi lançado a partir de um quarto do hotel Royal Tulip, em Brasilia.

 

🏨 O hotel é um dos mais caros da capital federal – e fica a menos de 1 quilometro do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República.

 

De acordo com informações da investigação da Polícia Federal, obtidas pela TV Globo, o ataque foi cometido em 30 de junho e resultou no desvio de R$ 813 milhões de bancos.

 

 

"Os criminosos se reuniram em um hotel aqui em Brasília exatamente no momento em que o dinheiro estava sendo subtraído da conta desse banco privado", explicou o coordenador-geral de Combate a Fraudes Cibernéticas da PF, delegado Valdemar Latance Neto.
 

 

Nos dias seguintes à ação, uma parte dos criminosos fugiu do Brasil. Alguns partiram para a Europa. Um outro grupo fretou um avião com destino à Argentina.

 

Os responsáveis pelo ciberataque foram os alvos da segunda fase da operação Magna Fraus, desencadeada nesta quinta-feira (30) pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo.

 

Agentes foram às ruas para cumprir 26 mandados de prisão e outros 42 mandados de busca e apreensão, em seis estados e no Distrito Federal.

 

Até a última atualização, 12 pessoas haviam sido presas no Brasil e outras sete no exterior, com a ajuda da Interpol: seis na Espanha e uma na Argentina.

 

 

Os agentes também apreenderam veículos, joias, relógios, itens de luxo, armas, munições, além de cerca de R$ 1 milhão em criptoativos.

 

Funcionário vendeu senhas de sistema

 

Esse ataque foi possível a partir do sistema da empresa C&M, que prestava serviço de interligação de bancos menores à rede do Banco Central. Um funcionário da C&M vendeu senhas de acesso aos criminosos. Ele foi preso dias depois da ação.

 

Segundo a Polícia Federal, o dinheiro foi desviado de contas pertencentes a bancos e instituições de pagamento e que eram usadas para gerenciar transferências feitas por seus clientes via PIX.

 

O Banco Central informou que não houve invasão do sistema PIX propriamente, e que não houve prejuízo para clientes de bancos.

 

Os investigados podem responder por organização criminosa, invasão de dispositivo informático, furto mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.

 

 

Fonte: G1 - Distrito Federal


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